Clipping do Observatório Internacional (10/10/2016)
Outubro começou com a atenção mundial voltada para a América do Sul. A derrota da proposta de paz na Colômbia e o Prêmio Nobel da Paz para o presidente Juan Manuel Santos suscitaram discussões nos mais variados países.
Nesta edição do clipping semanal, além do conflito colombiano, enfatizamos a reta final da campanha eleitoral nos Estados Unidos, a iniciativa dos esportistas estadunidenses pelo fim da brutalidade policial, o golpe no interior do PSOE na Espanha, a convocação do referendo independentista na Catalunha, a luta das mulheres na Polônia que barraram nas ruas a restrição do direito ao aborto, o fim do cessar-fogo imperialista na Síria, a resistência estudantil na África do Sul contra a mercantilização do ensino e o rechaço dos argentinos à visita de Michel Temer.
Uma boa leitura a todos!
COLÔMBIA
Com forte abstenção, acordo de paz é rejeitado em plebiscito; favoráveis à Paz marcham nas principais cidades
Por menos de 1% de diferença, a proposta do “Não” superou o “Sim” (50,2 a 49,7%) na consulta popular ““Você apoia o acordo final para o término do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura?”. A abstenção de 63%, a crise de representatividade do sistema político colombiano e a baixa popularidade das guerrilhas foram apontadas como principais motivos da derrota do plano de armistício elaborado pelo governo de Juan Manuel Santos e as FARC.
O ex-presidente conservador Álvaro Uribe e seu partido Centro Democrático saem fortalecidos do plebiscito, ao liderarem a campanha do “Não”. Agora eles pressionam para que o governo revise cinco pontos do acordo assinado pelo governo e as FARC: prisão para os delitos de lesa-humanidade, proscrição política dos condenados por tais crimes, expropriação de todos os bens das FARC, fim da anistia ao narcotráfico (em alguns casos, fonte de financiamento das FARC), retirada da proposta de reforma agrária.
As FARC já se pronunciaram a favor da continuidade do processo de cessar-fogo, mas rejeitam a participação de Uribe. Na quinta-feira, milhares saíram às ruas para exigir a continuidade do diálogo entre Estado e as guerrilhas.
Abaixo, cinco textos que resumem o resultado do plebiscito e suas consequências:
1- “A votação mostrou a enorme polarização que existe na Colômbia. O ex-presidente Álvaro Uribe, o maior porta-estandarte do não, o mesmo que conseguiu unir quase todo o país em torno da política de Segurança Democrática que enfraqueceu as FARC, recorreu mais uma vez ao jogo de palavras com o qual conseguiu aprofundar a divisão da sociedade: “A paz é entusiasmante, os textos de Havana são decepcionantes”, disse depois de votar. Durante o mês da campanha do referendo, Uribe tentou incutir a ideia de que, se o acordo fosse rejeitado, ele poderia ser renegociado, algo contra o qual foram muito claros o Governo e as FARC. A possibilidade de participar na política por parte dos líderes guerrilheiros e o fato de que nenhum irá para a prisão desde que reconheça seus crimes foi a pedra angular da sua campanha, sabendo que a maioria dos colombianos, mesmo entre os que apoiavam o sim, não via isso com bons olhos.”
2- “O resultado do plebiscito colombiano revelou a profundidade da polarização que, desde o fundo de sua história, caracteriza a sociedade colombiana. Também, a grave crise de seu arcaico sistema político incapaz de suscitar a participação cidadã que ante um plebiscito fundacional – nada menos que por fim a uma guerra de mais de meio século – que apenas logrou-se que uma em cada três pessoas habilitadas a votar acorresse às urnas, uma taxa de participação inferior a já habitualmente baixa que caracteriza a política colombiana. A do dia de ontem foi a maior abstenção nos últimos vinte e dois anos e seu resultado foi tão apertado que fez a vitória do NÃO, como tivesse ocorrido ante um eventual triunfo do SIM, seja mais um dado estatístico que um rotundo fato político. Os partidários do SIM tinham dito que o que se necessitava para consolidar a paz era uma ampla vitória, que não bastava simplesmente em superar em votos aos partidários do NÃO. O mesmo cabe dizer de seus oponente. Mas ninguém conseguiu esse objetivo, porque a diferença de 0,5% a favor do NÃO poderia ser considerada como um erro estatístico e que uma nova recontagem de votos poderia eventualmente chegar a reverter”.
3- “Por minha experiência lhes digo que todos devem estar preparados para tempos difíceis e duros desafios no longo caminho para a paz. Ao contrário das expectativas, no plebiscito de domingo para aceitar ou negar os termos do acordo de paz, aproximadamente 20% dos colombianos votaram NÃO, enquanto 19% votou pelo SIM. Quiçá pelo tempo chuvoso, o resultado foi lúgubre – a gente simplesmente ficou em casa. Assim que tenha tido um desfecho incrivelmente apertado, o plebiscito se perdeu”.
4- “Nos enfrentamentos políticos entre o presidente Juan Manuel Santos e o ex-presidente Alvaro Uribe se esconde uma realidade da que pouco se fala na Colômbia: o enfrentamento entre os dois setores da oligarquia colombiana, representados cada um nestes personagens. O processo de paz colocou em relevo aquelas diferenças, setores da oligarquia colombiana que têm posições particulares ante as reformas que demanda a sociedade colombiana desde o começo do século XX e que têm sido a medula do conflito colombiano”.
5- “Nem o governo nem a oposição nem as Farc têm dado mostras de ter um plano B. Ainda que todos assegurem seguir com sua vontade de paz intacta e prometeram reuniões nas próximas semanas, a Colômbia vive momentos de incerteza, pois não se sabe com exatidão o que pode se suceder. Por outro lado, a sociedade civil teve uma resposta concreta. Desta vez, as demandas cidadãs não ficaram só no mundo virtual: mais de 30 mil pessoas saíram às ruas de Bogotá com velas e cartazes, enquanto outros milhares de cidadãos mostraram sua solidariedade a partir de Cali e Cartagena, ademais de outras cidades do país e do estrangeiro. Sua mensagem, ainda que silencioso, foi eloquente e inequívoco: guerra nunca mais”.
Juan Manuel Santos ganha prêmio Nobel da Paz
O presidente Juan Manuel Santos ganhou o prêmio Nobel da Paz 2016 por seus “decididos esforços” para levar a paz a seus país depois de 52 anos de conflito armado, anunciou nesta sexta em Oslo o Comitê Nobel da Noruega.
LINK: http://www.elespectador.com/ noticias/paz/juan-manuel- santos-el-nobel-de-paz-2016- articulo-659063
Como destaca o jornal El Espectador, a premiação reforça o apoio ao presidente depois da derrota no plebiscito de domingo (1 de outubro).
Após ter sido deixado de lado na honraria, Rodrigo Timochenko, comandante das FARC, declarou no twitter: “O único prêmio ao que aspiramos é da #PazComJustiçaSocial para #Colômbia sem paramilitarismo, sem retaliações nem mentiras #PazParaARua”.
Ingrid Betancourt, a líder política que esteve sequestrada pelas FARC durante seis anos, manifestou da França que as FARC também mereciam receber o Prêmio Nobel da Paz.
ESTADOS UNIDOS
A um mês das eleições, Hillary Clinton abre vantagem; vice de Trump vence debate
Desde o primeiro debate entre presidenciáveis (26 de setembro), a candidata democrata voltou a crescer nas pesquisas. Segundo pesquisa Ipsos/Reuters, Hillary Clinton alcança um apoio de 42% em nível nacional, enquanto Trump obtém 36%. Atrás, o candidato libertário Gary Johnson (8%) e o ecologista Jill Stein (2%).
Nas últimas semanas, Trump esteve envolvido em uma polêmica por seu ataque à ex-Miss Universo Alicia Machado, enquanto ressurgiram as dúvidas sobre o cumprimento das obrigações fiscais do multimilionário, resistente a divulgar a declaração de imposto de renda, como é de costume nos EUA há décadas por todos os candidatos presidenciais.
No debate entre vices realizado em 4 de outubro, o conservador Mike Pence saiu-se melhor para a maioria da opinião pública estadunidense. Segundo pesquisa da CNN, 48% dos espectadores gostaram do desempenho do governador da Indiana, ante 42% que consideraram o senador Tim Kaine o ganhador.
Enquanto Pence manteve-se seguro, Kaine foi agressivo e concentrou-se em atacar as excentricidades de Trump. O vice republicano, por sua vez, atacou a inércia da Casa Branca em relação à Síria e à Ucrânia, abrindo espaço para o avanço geopolítico da Rússia, além do caos do Oriente Médio, que ao seu ver teve como “arquiteta” a rival Hillary Clinton.
Abertura da pré-temporada da NBA tem protesto contra violência policial
Antes do jogo entre Toronto Raptors e Golden State Warriors, pela abertura da pré-temporada da liga americana de basquete, os jogadores do time canadense, a sua maioria americanos, seguiram o exemplo de Colin Kaepernick, da NFL. De mãos entrelaçadas e cabeças baixas, os jogadores protestaram durante os hinos dos Estados Unidos e do Canadá contra a violência e morte de jovens negros em ações policiais no país.
Na semana passada, a tenista Serena Williams, transmitiu uma mensagem na qual citou Martin Luther King: chega um momento no qual o silêncio se converte em traição… não ficarei mais em silêncio”, e expressou sua preocupação por seu sobrinho de 18 anos e outros jovens ante a violência policial.
O clima de tensão racial nos Estados Unidos continua a aumentar. Na região de San Diego, Califórnia, em 27 de setembro, o refugiado ugandês Alfred Olango foi baleado por agentes da polícia, enquanto tinha uma crise mental. O caso ocorreu na mesma semana em que a cidade de Charlotte (Carolina do Norte) desafiou o toque de recolher da polícia, por seis dias, em protestos contra a brutalidade policial que vitimou o cidadão negro Keith Scott. Dias depois, a menina de 9 anos Zianna Oliphant comoveria o mundo ao interromper uma assembleia da cidade com um discurso pedindo o fim da desigualdade racial no país.
ESPANHA
Golpe interno no PSOE se consuma e Rajoy está perto de formar um governo
O líder do Partido Socialista da Espanha (PSOE), Pedro Sánchez, renunciou ao cargo no sábado (1 de outubro), após ser derrotado por em uma votação interna do partido pela sua permanência à frente da legenda. Com a saída do líder socialista, Rajoy pode tentar novamente formar um governo de minoria – o que vinha sendo bloqueado pelo PSOE – e evitar uma nova eleição geral em dezembro, a terceira sem um governo.
O membro do comitê de redação do Sin Permiso, G. Buster, analisou “A Lógica do Golpe Interno do PSOL”: “Um golpe interno para facilitar com sua abstenção a continuidade do governo de Rajoy. Isso é, em definitivo, o que desencadeou finalmente a crise contida do PSOE depois de sua sexta derrota eleitoral com as eleições autonômicas bascas e galegas. Porém, o instrumento utilizado para por fim nas próximas semanas ao “empate estratégico” surgido das eleições gerais de 20 de novembro de 2015 é um reflexo da profundidade da crise do regime de 78. Incapazes de construir uma coalizão de governo tanto o PP como o PSOE – o primeiro pelo rechaço social às políticas de austeridade, o segundo pelas “linhas vermelhas” auto-impostas que excluem a independentistas bascos e catalães, mas também o Unidos Podemos -, ao final tiveram de recorrer a métodos extra-parlamentares para alcançar o que em definitivo não é senão uma Grande Coalizão vergonhosa: um governo minoritário do PP apoiado na abstenção de um PSOE aberto em canal no altar da estratégia do mal menor”.
O Professor de Sociologia da Universidade Autônoma de Madrid, Antônio Antón, acredita que o golpe reforçará o descontentamento da militância socialista com a direção do partido. “A comissão gestora prepara-se para liquidar a opção do Não e avalizar a continuidade de Rajoy e o PP. Porém o desgaste de sua credibilidade e sua capacidade opositora também estão assegurados. Todos perdem: o PSOE e cada um dos dois bandos; também a oportunidade de mudança governamental a curto prazo. E ganha a direita. Triste resultado”.
Parlamento catalão aprova referendo independentista, mesmo sem aval do governo espanhol
A Assembleia Regional da Catalunha aprovou nesta quinta-feira (06/10) a convocação de um referendo sobre a independência, com ou sem o aval do governo espanhol, a ser realizado até setembro de 2017.
A coligação Juntos pelo Sim e a Candidatura de Unidade Popular (CUP, esquerda) votaram a favor, a formação Catalunha Sim absteve-se e o Partido Socialista da Catalunha (PSC) votou “não”.
Os deputados do Cidadãos e do Partido Popular da Catalunha (PPC) não quiseram votar, em protesto contra a legitimidade da proposta.
A coligação de esquerda En Comú Podem (que reúne, entre outros, o Podemos) também absteve-se como um aceno a uma futura negociação de um acordo com o governo espanhol.
“Defendemos desde sempre um referendo que seja efetivo como os da Escócia ou Quebec. E para que assim o seja, deve haver reconhecimento da comunidade internacional e estar pactuado com o Estado espanhol. Agora bem, alguém tem que explicar que quer fazer outra coisa e que não seja um 9N, pois por ora não vemos isso. Porém, isso não quer dizer que não estejamos dispostos a escutar”, afirmou Xavier Domènech, porta-voz da formação.
Espanha: Trabalhadores de call center em greve contra precariedade no setor
CGT, CCOO e UGT convocaram a primeira greve conjunta do setor dos últimos doze anos. Segundo as estruturas sindicais, a adesão à paralisação de 24 horas que teve lugar esta quinta-feira foi de 75%. Trabalhadores lutam por salário digno e revisão do contrato coletivo.
ALEMANHA
Merkel recupera popularidade, aponta pesquisa
Índice de aprovação da chanceler federal alemã sobe nove pontos percentuais em relação a setembro, após meses em queda. Sondagem revela que maioria dos alemães não acredita em solução europeia para crise de refugiados.
Crise do Deutsche Bank ameaça sistema financeiro europeu
Banco liderado por John Cryan confirma corte de mil empregos, elevando para quatro mil o total de reduções de postos de trabalho na Alemanha este ano.
“A propósito da incerteza quanto ao impacto para o banco, e para o sistema financeiro, das indenizações de 14 mil milhões de dólares (mais de 12 mil milhões de euros) que as autoridades norte-americanas exigiram ao Deutsche Bank pelo seu papel na crise financeira de 2008, Lagarde sublinhou que “um acordo seria bem-vindo”. O acordo traria “alguma clareza quanto ao peso que o banco vai ter de suportar” e permitiria perceber se esse montante bate certo com as suas provisões. “Quanto mais cedo, melhor”, disse a directora-geral do FMI, em declarações à Bloomberg.”
REINO UNIDO
Theresa May quer acelerar Brexit, mas não abre mão de reforçar controle sobre a imigração
Em conferência do Partido Conservador, a primeira-ministra britânica afirmou que ativará o processo de ruptura com a União Europeia no primeiro trimestre de 2017. No entanto, disse não estar disposta a afrouxar as regras de imigração do país em troca de facilidades no acesso ao mercado europeu, uma vez fora do bloco.
FRANÇA
Polícia francesa reprime protesto de imigrantes próximo a Calais
Gás lacrimogêneo e canhões de água foram atirados contra imigrantes e manifestantes reunidos em protesto, no sábado (1 de outubro) numa favela próxima a Calais, conhecida como “A Selva”.
Dezenas de pessoas protestavam contra as condições de moradia no campo próximo, que o presidente François Holland prometeu fechar até o fim do ano.
POLÔNIA
Greve geral de mulheres derrota endurecimento de lei do aborto na Polônia
O Parlamento polonês rejeitou nesta quinta-feira (06) a proposta que visava proibir quase totalmente o aborto no país e impor penas de prisão para mulheres que o fizessem de modo ilegal.
A iniciativa, levada adiante por um grupo antiaborto, gerou protestos em massa em todo o país. Na última segunda-feira, houve greve das mulheres e milhares de polonesas vestidas de preto protestaram contra a possibilidade de endurecimento da lei do aborto, que já é considerada uma das mais restritivas em toda a Europa.
HUNGRIA
Referendo sobre imigração não atinge quórum
Só votaram 45% dos eleitores, abaixo dos 50% necessários para ter valor legal. Ainda assim, 95% dos que votaram manifestaram-se contra receber migrantes.
Como destaca o jornal Público “apesar de a Hungria ter perdido cerca de 400 mil pessoas para a emigração nos últimos anos, e de ter problemas de falta de mão-de-obra, a aversão aos refugiados cresceu consideravelmente, revelam estudos de opinião do Instituto Publicus: se no ano passado 64% dos húngaros se reviam na afirmação “é nosso dever ajudar os refugiados”, em Agosto já só 37% pensavam assim. E se 52% pensavam, em 2015, que o Governo de Budapeste devia tratar os migrantes de forma mais humana, hoje só 44% é dessa opinião”.
Já o Deustche Welle afirma que “a campanha de Viktor Orbán (primeiro-ministro de extrema-direita) parece ter grande sucesso, apesar dos resultados contrários nas urnas. Há semanas a polícia de fronteiras do país registra entre zero e um ingresso ilegal. Em 2015 só foram concedidos 500 asilos e os prognósticos para este ano são igualmente modestos”.
SÍRIA
Agravamento do conflito põe fim suspende diálogo entre potências; Assad oferece anistia a rebeldes que abandonarem Aleppo
Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (03/10) a suspensão dos contatos bilaterais com a Rússia nos temas referentes à Síria, e determinaram a retirada de seus militares que se preparavam para coordenar ataques com Moscou. O motivo é a contínua ofensiva russo-síria em Aleppo.
Países ocidentais acusam a Rússia de crimes de guerra, dizendo que seus aviões alvejam deliberadamente civis, hospitais e remessas humanitárias em Aleppo. Nesta segunda-feira, pelo menos seis pessoas morreram no bombardeio a um hospital no leste de Aleppo, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ONG que monitora o conflito. Os aviões usados para fazer os disparos não foram identificados.
Rebeldes escondidos em Aleppo podem sair com suas famílias se deporem as armas, anunciou na quinta feira (6 de outubro) o presidente sírio Bashar Assad, prometendo avançar com a ofensiva na maior cidade da Síria e recuperar o controle total do país.
HONG KONG
Líder da “Revolução dos Guarda-chuvas” de Hong Kong é detido na Tailândia “a pedido da China”
Na quarta-feira (5 de outubro) as autoridades tailandesas detiveram o ativista Joshua Wong, de Hong Kong, que em 2014 foi um dos organizadores dos protestos pró-democracia que ficaram conhecidos como “revolução dos guarda-chuvas”.
Wong, 19 anos, tinha sido convidado para falar em duas universidades da capital tailandesa sobre o movimento, os protestos de rua e a formação do seu partido político, o Demosisto.
LINK: https://www.publico.pt/mundo/ noticia/tailandia-detem- activista-prodemocracia-de- hong-kong-1746245
Um dia depois (6 de outubro), as autoridades tailandesas deportaram-no para Hong Kong.
FILIPINAS
Duterte completa 100 dias de governo, colecionando polêmicas
Em menos de uma semana, Rodrigo Duterte disse que “gostaria de massacrar” os três milhões de drogados das Filipinas tal como Adolf Hitler fez com milhões de judeus, mandou Barack Obama “para o inferno” e externou o desejo de romper relações com os Estados Unidos em algum momento de seu mandato.
Durante a campanha eleitoral, Duterte prometeu que acabaria com o problema das drogas em seis meses. Esta campanha deixou em pouco mais de três meses mais de 3,5 mil mortos, entre narcotraficantes e drogados, deles 1,5 mil em operações policiais e o resto pelas mãos de grupos chamados “atentos”.
Segundo pesquisas recentes, Duterte mantém uma alta popularidade, mesmo em meio a controvérsias. Seu índice de aprovação situa-se por volta dos 76%, o mais alto para um governante filipino em início de mandato.
ETIÓPIA
Repressão em protesto gera dezenas de mortos na região de Oromia
Confrontos entre manifestantes e forças de segurança que, no fim-de-semana, originaram a morte de, pelo menos, 55 pessoas, trouxeram a tensão política de volta à Etiópia. Dois bloggers terão sido presos por criticar o Governo, há estradas fechadas, uma forte presença da polícia de choque nas ruas e edifícios e o acesso à internet esteve bloqueado nos últimos dois dias e não se sabe se já terá sido restabelecido.
Tudo começou em novembro de 2015 quando Oromo rejeitou os planos do Governo para expandir a capital do país para a sua região, expropriando as suas terras.
LINK: http://expresso.sapo.pt/ internacional/2016-10-06- Protestos-e-tensao-politica- regressam-a-Etiopia
ÁFRICA DO SUL
Fortes protestos estudantis em Johanesburgo contra aumento de taxas universitárias
Na África do Sul, estudantes das quatro principais universidades do país estão em greve há duas semanas. O objetivo é forçar o governo a recuar sobre o aumento de 8% nas taxas universitárias.
Protestos similares no ano passado frearam o aumento de 11,5% no valor das matrículas.
LÍBIA
Líbia rejeita acampamentos de migrantes geridos pela UE em seu território
A Líbia se opôs à abertura, em seu território, de acampamentos para migrantes que se dirigem à Europa, proposta por alguns líderes europeus para limitar o número de chegadas através do Mediterrâneo, declarou nesta quinta-feira o ministro das Relações Exteriores líbio.
Alguns países europeus, incluindo Áustria e Hungria, defendem o fechamento de um acordo com Trípoli para enviar à Líbia os migrantes que tiverem passado por este país, como prevê o controverso pacto alcançado com a Turquia em março deste ano.
Desde o início do ano, 3.500 pessoas morreram no Mediterrâneo, 28 delas na terça-feira passada diante da costa da Líbia.
Um total de 235.000 migrantes estariam neste país esperando para partir à Itália, declarou no fim de setembro o emissário da ONU na Líbia, Martin Kobler.
ARGENTINA
Manifestantes protestam contra Temer em sua visita à Argentina
Um grupo de cerca de 40 pessoas, a maioria formada por brasileiros, protestou contra o presidente Michel Temer com um panelaço em Buenos Aires. O protesto ocorreu em frente à residência oficial de Quinta de Olivos, onde Temer estava reunido com o presidente da Argentina, Maurício Macri.
Novas tarifas de gás sobem até 300%
O governo argentino aprovou em várias resoluções as novas tarifas para o consumo do gás, que entram em vigor hoje com aumentos de até 300 por cento para usuários de menor consumo.
Desde sua chegada ao governo, Maurício Macri nunca deixou de surpreender o povo argentino com uma série de medidas neoliberais que têm sacudido a economia. Aumento da gasolina, do gás, do transporte público e do serviço elétrico fazem parte do pacote imposto pelo presidente argentino.
PERU
Comunidades indígenas protestam contra os derrames de oleoduto peruano
Desde 1 de setembro desta ano, distintas comunidades indígenas do Loreto através de suas federações, concentradas em Saramurillo, vêm executando uma prolongada medida de força como sinal de protesto frente à contaminação que a região tem experimentado pela exploração petrolífera durante cerca de quarenta anos; portanto, pelo descumprimento das responsabilidades ambientais das empresas e do Estado frente a ela.
VENEZUELA
Maduro acusa embaixada dos EUA em Caracas de conspirar contra o seu Governo
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou nesta quinta-feira (6 de outubro) a embaixada norte-americana em Caracas de conspirar contra o seu Governo e pediu aos organismos de segurança e serviços secretos para estarem em “alerta máxima” contra ações terroristas.
HAITI
Haiti deve ter novo surto de cólera após passagem de furacão Matthew
A Organização Pan-americana da Saúde (Opas) expressou nesta quinta-feira sua preocupação com um possível aumento nos casos de cólera no Haiti, como consequência da passagem do devastador furacão Matthew, que afeta também outras nações no Caribe.
Apenas neste ano foram registrados mais de 28 mil casos de cólera no Haiti, e os peritos da OPS estão dedicados a apoiar as medidas adotadas pelas autoridades sanitárias locais para evitar um novo surto, informou a entidade.