|
europa-1
image_pdfimage_print

Nesta semana, os destaques do noticiário internacional recaíram sobre a rota de colisão entre Donald Trump e Angela Merkel na disputa pela liderança do bloco ocidental de países. O presidente estadunidense prossegue com sua retórica agressiva em relação aos aliados tradicionais dos EUA na Europa e anuncia a retirada da superpotência do Tratado Climático assinado em Paris em 2015. Por outro lado, o recém-eleito Emmanuel Macron movimenta-se para assumir a primeira fila da cúpula europeia e agrada à mídia tradicional incorporando com contundência a agenda neoliberal da UE.

No Reino Unido, a ressurreição do Partido Trabalhista, sob a liderança de Jeremy Corbyn, torna as eleições gerais de 9 de junho a mais acirrada da história recente britânica. A primeira-ministra Theresa May que planejava uma vitória arrebatadora para se fortalecer frente à mesa de negociação do Brexit corre o risco real de ver os trabalhistas tomarem a dianteira do país.
Reportagens e editoriais sobre estes assuntos e alguns outros podem ser lido nesta edição do Clipping Internacional

Uma boa leitura!

CRISE NA OTAN

Trump e Merkel se enfrentam em “batalha” de declarações: cresce a fragilidade da OTAN

Dias após acusar a maioria dos membros de não contribuírem adequadamente com o financiamento da OTAN, o presidente Donald Trump rebateu as críticas da chanceler alemã Angela Merkel durante campanha eleitoral (29/05), afirmando pelo Twitter que a Alemanha aporta “bem menos” do que deveria para a manutenção Aliança trans-atlântica. Além disso, Trump enfatizou que as relações comerciais entre alemães e estadunidenses estão desiquilibradas e devem ser mudadas no futuro em favor de seu país.
Diferentes analistas internacionais e editoriais concordam que as tensões entre a Europa e os Estados Unidos nunca tiveram tão expostas. Trump ameaça abandonar de vez o Acordo climático de Paris, não sinaliza a menor vontade de oferecer suas tropas para defender a segurança dos outros membros e aspira a remodelar os marcos comerciais com o Velho Continente. Já Merkel, pressionada internamente pelo processo eleitoral, necessita fazer frente ao sócio ianque, para não se ver ultrapassada em liderança por seu análogo recém-eleito na França, Emmanuel Macrôn.
Abaixo, três editoriais que refletem a preocupação do establishment com o desenrolar da crise na OTAN.

Editorial do El País (29/05/2017) – “Advertência de Merkel”

“As palavras de Angela Merkel depois das reuniões da OTAN e do G-7 nas quais afirmava que os tempos em que a Europa podia confiar completamente em seus aliados britânicos e norte-americanos “terminaram” não devem ser consideradas nem como uma expressão simples de frustração com os resultados nulos das reuniões em Bruxelas e Taormina nem como um ataque de birra político destinado a obter algum benefício. São uma séria advertência sobre como está complicada a relação transatlântica, que constituiu a pedra angular do progresso e da segurança na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial.”

LINK (em português) – http://brasil.elpais.com/ brasil/2017/05/29/opinion/ 1496077311_437764.html

Editorial do Le Monde (29/05/2017) – “A Europa tem de responder ao chamado de Merkel”

“Pode-se ver na chanceler uma dramatização deliberada: ela quer se apresentar como um polo de estabilidade, enquanto se afunila o processo eleitoral que poderá lhe conceder um quarto mandato em setembro. Na realidade, a Alemanha se encontra em uma profunda aflição, uma vez que sempre confiou nos Anglos-Saxões para não ficar demasiadamente solitária e poderosa no interior do Velho Continente. Se por um lado, os americanos tratavam de garantir a paz e a segurança, por outro os britânicos se encarregava de defender o livre-comércio frente às tentações protecionistas francesas.”

LINK (em francês) – http://www.lemonde.fr/idees/ article/2017/05/29/europe- repondre-a-l-appel-de-merkel_ 5135432_3232.html

Editorial do NY Times (31/05/2017) – “O insulto de Donald Trump à História”

“Antes que o Sr. Trump assistisse às suas primeiras reuniões da OTAN e ao Grupo dos 7 na semana passada, os líderes europeus esperavam que pudessem persuadi-lo nas questões mais críticas. Isso agora parece um sonho. O Sr. Trump duplicou seus impulsos de campanha mais destrutivos, insultando os demais membros várias vezes por aquilo que ele chamou de níveis insuficientes de gastos militares e recusando reafirmar o compromisso de defesa mútua da OTAN. Ele também rompeu com os aliados sobre outras questões. Ele ofereceu uma linha mais conciliadora sobre a Rússia e recusou, apesar de suas petições, endossar o acordo de Paris sobre mudanças climáticas.”

LINK (em inglês): https://www.nytimes.com/2017/ 05/31/opinion/donald-trump- nato.html?ref=opinion&_r=0

ACORDO CLIMÁTICO

O Estado de SP (31/05) – “Trump prepara saída de acordo climático; China e Europa reagem”

“O rompimento com o pacto foi uma de suas promessas de campanha. Ao mesmo tempo, União Europeia e China anunciaram nesta quarta-feira que apoiarão o acordo na cúpula do fim de semana em Bruxelas, seja qual for a decisão do presidente Trump. De acordo com o jornal The New York Times, três fontes do governo disseram que a saída era certa, mas era preciso considerar a disposição do republicano de mudar de ideia na última hora. A decisão, segundo o jornal, enfraquecerá severamente o acordo de 2015, cujo comprometimento americano foi um marco nas negociações.”

LINK (em português): http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,eua-estariam-prontos-para-deixar-o-acordo-de-paris-segundo-imprensa,70001820361

CHINA E UE

New York Times (31/05) – “China vê uma abertura em querela entre EUA e Alemanha”

” ‘A mudança de Trump para o papel dominante da América é ter um efeito desestabilizador’, escreveu Henrik Müller, professor da Universidade Técnica de Dortmund, em sua coluna semanal sobre a economia global para Der Spiegel. ‘Uma conseqüência: a política econômica global está classificando de uma maneira nova. As outras duas grandes economias – a E.U. e a China – estão buscando novos parceiros para trabalhar nos problemas internacionais’. O primeiro-ministro da China ressaltou a importância da Alemanha ao parar em sua capital durante dois dias de conversas antes de se dirigir à sede da União Européia em Bruxelas, onde o Sr. Trump fez uma impressão muito fraca na semana passada.”

LINK (em inglês) – https://www.nytimes.com/2017/ 05/31/world/europe/china-sees- an-opening-in-rift-between- trump-and-germany.html

PUTIN E MACRON

Ao lado de Putin, Macron denuncia interferência russa em eleições francesas

Em encontro realizado em Versalhes (29/05), Emmanuel Macron declarou que a mídia russa (Sputnik e Russia Today), financiada pelo Kremlin, foram órgãos de influência durante a campanha eleitoral na França. O presidente russo, Vladimir Putin, nunca fez questão de esconder sua preferência pela candidata da extrema-direita nacionalista Marine Le Pen.
Depois de um distanciamento entre as diplomacias dos dois países no governo Hollande, a visita de Putin a França foi marcada pela animosidade de Macron, o qual insistiu que haverá retaliação na Síria caso Assad volte a usar armas químicas, além de mencionar a perseguição aos gays na Chechênia e a situação das ONGs na Rússia. O único ponto harmônico entre as duas chancelarias foi o discurso comum contra o terrorismo e o Estado Islâmico, uma semana após o grupo reivindicar a autoria do atentado de Manchester.

Editorial do Guardian (30/05) – “Pressionando, mas não empurrando”

“Foi apenas um começo, mas em seu encontro com um líder russo que tem como marca registrada incomodar o Ocidente, o sr. Macron revelou ser mais estrategista que muitos esperavam. Ele tratou a diplomacia como um barganha difícil, não um caso de romantismo sobre a história do século XVIII- mas ao mesmo tempo ofereceu ao sr. Putin um caminho diferente, caso um dia ele escolha trilhar. Em geral, ele deu um tom de boas-vindas para as negociações europeias com a Rússia, especialmente no contexto de um governo norte-americano pouco confiável com várias questões pendentes acerca de sua ligação com Moscou.”

LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ commentisfree/2017/may/30/the- guardian-view-on-macron-and- putin-pressing-not-pushing- away

Editorial do Le Monde (30/05) – “Macron e Putin se testam em Versalhes”

“Na OTAN, tanto com Donald Trump quanto com o turco Recep Tayyp Erdogan, assim como com Vladimir Putin em Versalhes, sr. Macron impôs um tom. O novato na cena internacional chama as coisas pelo seu nome – em seu encontrou, não hesitou em estigmatizar as calúnias que flertam com o antissemitismo veiculadas por alguns órgãos midiáticos do Estado Russo. Mais importante, existe a vontade de aproveitar um “momento europeu”. Entre o Brexit e o isolacionismo mercantilista de Donald Trump, apontado essa semana por Angela Merkel, a UE deve cerrar fileiras e reforçar sua identidade sobre as grandes questões do dia – Ucrânia, Síria, aquecimento global”.

LINK (em francês): www.lemonde.fr/idees/article/ 2017/05/30/macron-et-poutine- se-testent-a-versailles_ 5135969_3232.html

ELEIÇÕES NO REINO UNIDO

Há uma semana da eleição que poderá reforçar o mandato conservador de Theresa May ou consagrar a guinada à esquerda do Partido Trabalhista, conduzido por Jeremy Corbyn, as pesquisas apontam um cenário indefinido. A larga vantagem inicial dos Conservadores – motivo pelo qual May apostou em convocar às pressas novas eleições gerais, às vésperas de um encontro com a UE para uma nova rodada de tratativas acerca do Brexit – simplesmente evaporou, à medida que o Partido Trabalhista encampou a defesa do Ensino público gratuito e centrou fogo na plataforma austeritária apresentada pelos Tories.

El País (30/05) – “Subida inesperada de trabalhistas na corrida eleitoral preocupa conservadores no Reino Unido”

“Durante todo o ano passado, os tories mantiveram uma vantagem entre 10 e 20 pontos. Ela chegou a passar do 20 no começo desta campanha, ao absorver o apoio do UKIP, que vive uma crise profunda. As cinco pesquisas divulgadas no último fim de semana registram diferenças entre seis e 14 pontos, bem maiores do que a pesquisa da sexta-feira. A diferença entre elas determinará o sucesso ou o fracasso de Theresa May, que antecipou as eleições para obter uma maioria parlamentar ampla aproveitando que os trabalhistas contam com um líder que muitos consideram inelegível. A primeira-ministra aceitou centrar a campanha de seu partido na sua própria figura como líder. Se fracassar, todos saberão a quem responsabilizar por isso.”

LINK (em português): http://brasil.elpais.com/ brasil/2017/05/29/ internacional/1496093135_ 133912.html

The Guardian (31/05) – ” ‘Ele realmente se importa’: por que os jovens eleitores estão apoiando o Labour de Jeremy Corbyn”

“Jovens eleitores estão apoiando o Partido Trabalhista de Jeremy Corbyn, por causa de seu compromisso com o Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) e por acreditarem que ele genuinamente se importa com as pessoas, de acordo com os eleitores entre 18-34 anos ouvidos pelo Guardian. O financiamento para a educação e aprendizagem, melhorias nos serviços públicos e um sistema de benefícios confiável – especialmente para as pessoas com deficiência e mães solteiras – foram amplamente destacadas como questões que orientam o voto jovem nos Trabalhistas. Sobre o Brexit, os jovens eleitores também dizem que apoiarão Corbyn porque eles acreditam que ele lutará pelo melhor acordo para as pessoas comuns.”

LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ politics/2017/jun/01/why- young-voters-are-backing- jeremy-corbyn-labour

CRISE VENEZUELANA

Tribunal autoriza Constituinte de Maduro sem referendo; oposição boicota processo

Carta Capital (31/05) – “Como será eleita a Assembleia Constituinte de Maduro?”

“O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, está empenhado em levar à frente uma Assembleia Constituinte, que vislumbra como um poder “acima da lei” para resolver a grave crise do país. Seus adversários a qualificaram como uma “fraude” para evitar as eleições e se manter no poder, e prometeram uma intensificação dos protestos iniciados em 1º de abril, que já deixaram 59 mortos. O procedimento eleitoral foi desenhado pelo governo, que assegura que não será uma Constituinte “partidária”, mas que surgirá do “poder primário”: a cidadania. Não haverá referendo para validar a convocação, cujo trâmite está a cargo do Poder Eleitoral.”

LINK (em português): https://www.cartacapital.com. br/internacional/como-sera- eleita-a-assembleia- constituinte-de-maduro

Valor Econômico (31/05) – “Reunião de chanceleres da OEA sobre a Venezuela termina sem acordo”

“Sem apoio dos países do Caribe, os chanceleres de 14 países da OEA (Organização dos Estados Americanos), incluindo o Brasil, não conseguiram aprovar um texto pedindo a suspensão da convocação de uma Assembleia Constituinte na Venezuela e a criação de um grupo de países para facilitar as conversas entre governo e oposição. O que ficou decidido, após uma reunião de cinco horas na sede do organismo em Washington nesta quarta (31), é que os 34 países-membros continuarão negociando, até a Assembleia-Geral da OEA, de 19 a 21 de junho, em Cancún, para tentar chegar a um consenso.”

LINK (em português): http://www.valor.com.br/ internacional/4988384/reuniao- de-chanceleres-da-oea-sobre- venezuela-termina-sem-acordo

Goldman Sachs refinancia dívida do governo e recebe críticas em NY

The Guardian (30/05) – “Goldman Sachs contestada por investir na Venezuela com US $ 2,8 bilhões de compra de títulos”

“Goldman Sachs confirmou ter comprado US $ 2,8 bilhões em títulos do governo venezuelano devastado pela crise em uma movimento que os líderes da oposição criticaram por significar apoio ao “regime ditatorial” do país. De acordo com o Wall Street Journal, a Goldman pagou apenas US $ 865 milhões por títulos com valor de US $ 2,8 bilhões emitidos pela petrolífera estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) – pagando cerca de 31 centavos no dólar para os títulos.”

LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ world/2017/may/30/goldman- sachs-venezuela-bonds

JBS NA ARGENTINA

Reuters (30/05) – Confederação de ruralista argentina pedirá ao Congresso que investigue atuação da JBS no país

“O chefe de um grupo de ruralistas argentinos disse na terça-feira (30/05) que pedirá ao Congresso que investigue cinco aquisições feitas pela brasileira JBS. Sua desconfiança é que a empresa tenha inflado os preços de compra para ocultar subornos, embora ele tenha dito que não tinha provas. Dardo Chiesa, diretor da Confederação Rural da Argentina (CRA), disse que a empresa, cujos fundadores estão atolados em um escândalo de corrupção que ameaça derrubar o presidente do Brasil, comprou empresas argentinas ao longo de uma década “a preços exorbitantes para competir de forma injusta”. A JBS disse que, em uma declaração enviada por e-mail, não havia irregularidades em seus negócios na Argentina ou em qualquer país fora do Brasil. Chiesa disse que estava programado para falar no Congresso na próxima semana e revelaria suas suspeitas de que a JBS pagava subornos para serem favorecidas nas cotas de exportação administradas pelo governo do ex-presidente Cristina Fernandez. Ele disse que não tinha nenhuma prova de subornos.”

LINK (em inglês): https://www.reuters.com/ article/us-brazil-corruption- jbs-argentina-idUSKBN18Q2HX? il=0

ÁFRICA DO SUL

Jacob Zuma derrota moção de desconfiança e sobrevive à frente do governo

Acossado por denúncias de corrupção e perda signifivativa de apoio de seu próprio partido (CNA), afora o declínio da economia sul-africana, Jacob Zuma venceu a segunda moção de desconfiança apresentada à cúpula do CNA em menos de 6 meses.

The Guardian (28/05) – “Zuma bloqueia moção de desconfiança em turbulento encontro do CNA”

“A oposição tem trabalhado para apresentar uma nova moção de desconfiança no Parlamento, que será debatida nas próximas semanas. Todavia, o presidente ainda retém um amplo apoio entre os membros do CNA em algumas áreas rurais e tem sido capaz de convencer os legisladores a não endossarem a moção de desconfiança. ‘O partido (CNA) ainda quer se manter no controle sobre a questão da liderança. O CNA não quer dar margem para que a imprensa e os partidos da oposição pareçam ter influência suficiente para precipitar uma remoção”, afirmou à AFP o analista independente Daniel Silke.”

LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ world/2017/may/29/zuma- sidesteps-no-confidence-vote- at-turbulent-anc-meeting

ESTADO ISLÂMICO NAS FILIPINAS

Nexo Jornal (29/05) – “Por que o Estado Islâmico atua agora nas Filipinas”

“Uma ilha na região sul das Filipinas está vivendo sob lei marcial desde a terça-feira (23) para combater forças ligadas ao grupo extremista Estado Islâmico. O presidente Rodrigo Duterte, mais conhecido por sua violenta política de guerra às drogas, enviou tropas e contratou milícias para combater o grupo, em um conflito que já contava com 105 mortos até a segunda-feira (29). Vinte e quatro das vítimas eram civis. O episódio marca o primeiro grande confronto entre forças do governo e combatentes fiéis ao Estado Islâmico em uma região fora do Oriente Médio. Especialistas apontam as regiões do sudeste asiático – onde ficam as Filipinas – e do sul do continente como o novo foco do grupo terrorista, que vem acumulando derrotas e perdas territoriais nos últimos anos em sua região de origem.”

LINK (em português): https://www.nexojornal.com.br/ expresso/2017/05/29/Por-que-o- Estado-Isl%C3%A2mico-atua- agora-nas-Filipinas

ATENTADO NO AFEGANISTÃO

Explosão terrorista em Cabul deixa 90 mortos e 350 feridos

Caminhão-bomba provocou uma das maiores tragédias ocorridas na capital afegã, em área próxima a várias embaixadas e a um hospital. Talibãs negam autoria e repassam responsabilidade ao Estado Islâmico, num momento em que o governo afegão, aliado aos EUA, está cada vez mais enfraquecido.

The Guardian (01/06) – “Por que a explosão mortífera em Cabul é crise para todo o Afeganistão”

“Durante anos, a capital afegã era uma ilha de relativa segurança em um país agredido por uma onda crescente de violência. O bombardeio devastador nesta manhã de quarta-feira foi a confirmação de que agora se tornou um dos lugares mais perigosos do Afeganistão e é outro golpe pesado para um governo fraco e fraturado. O aumento do ritmo dos ataques em Cabul representa uma ameaça excepcional ao governo, à economia frágil, ao apoio estrangeiro que mantém o Afeganistão, a educação, mídia e sociedade civil, que se agrupam na capital.”

LINK (em inglês): https://www.theguardian.com/ world/2017/jun/01/kabul- bombing-crisis-afghanistan- civilian-society-government-

ARTIGOS E DEBATES DA ESQUERDA INTERNACIONAL

Aporrea (28/05) – “A Constituinte nos leva a um ponto sem retorno”, entrevista com o sociólogo venezuelano Edgardo Lander

“O governo reconheceu que nem com a Constituição de 99 nem com uma eleição na qual participem todos os venezuelanos em condições de igualdade, podia manter-se no poder. E ante a pressão de por quê não convoca eleições, agora tira da manga esta medida. E novamente em nome do diálogo, em nome de evitar a violência, em nome de criar um espaço para resolver as diferenças, cria-se um mecanismo absolutamente ilusório.”

LINK (em espanhol): https://www.aporrea.org/ddhh/ n309163.html

IHU- Unisinos – “A crise do capitalismo global e a marcha de Trump rumo à guerra”, artigo de William I. Robinson

“Os jornalistas e comentaristas políticos têm centrado sua atenção na análise geopolítica, em seu esforço para explicar as crescentes tensões internacionais. Por mais importante que seja este enfoque, há profundas dinâmicas estruturais no sistema do capitalismo mundial que impelem os grupos governamentais à guerra. A crise do capitalismo global vem se intensificando, não obstante o otimismo dos economistas tradicionais e as elites estonteadas por índices recentes de crescimento e da repentina inflação dos preços das ações, como resultado da eleição de Trump. Em particular, o sistema enfrenta uma insolúvel crise da sobreacumulação e da legitimidade.”

LINK (em português): http://www.ihu.unisinos.br/ 568217-a-crise-do-capitalismo- global-e-a-marcha-de-trump- rumo-a-guerra

Viento Sur (01/06) – “Greve de fome vitoriosa, a luta continua”, artigo de Alain Pajolat

“Depois de 40 dias de uma greve de fome excepcional por sua amplitude e sua determinação, os presos políticos palestinos decidiram suspender seu movimento. É uma derrota para Netanyahu e seu governo de extrema-direita. Desde o começo do movimento, as autoridade israelenses adotaram uma posição de total intransigência para com os grevistas e seus representantes. É preciso recordar em particular o indecente churrasco organizado por Ofer Sofer, responsável do partido de extrema-direita União Nacional, ante a prisão de Ofer para que os grevistas “sentissem o cheiro da carne”. Netanyahu rechaçava qualquer tipo de negociação com o “arquiterrorista” Marwan Barguti. Inspirando-se na doutrina Thatcher para com os nacionalistas irlandeses, assumia a eventualidade de que morressem grevistas de fome. E tentou-se toda sorte de medidas para desorganizar o movimento: desinformação, isolamentos, deslocamentos de prisioneiros, supressão do sal. Todas essas medidas fracassaram, obrigando finalmente às autoridades a negociar com a direção da greve”.

LINK (em espanhol): http://vientosur.info/spip. php?article12652#sthash. Wk3UVc6Y.dpuf

Viento Sur (30/05) – “A corrupção, a pandemia do capitalismo”, artigo do economista Manuel Garí

“Para melhor compreender a corrupção é preciso entender como se entrelaçam as paixões perversas e debilidades pessoais com as pulsões e interesses dos agentes que operam na sociedade. Ernest Mandel (1994) nos dá uma pista sobre a complexidade de sujeitos e fatores que intervêm na corrupção no capitalismo tardio em 1992, o ano em que foi publicado pela primeira vez “O poder e o dinheiro”. Mas apresenta as coisas de forma simples para que não haja dúvidas do que está falando: “Dado o poderio irresístivel da riqueza e do dinheiro no capitalismo, e a tendência paralela à corrupção pessoal, se desenvolve uma forma refinada de interação entre os interesses das empresas privadas, os burocratas militares, os administradores estatais (incluindo os legisladores e as autoridades municipais) e inclusive parte da burocracia sindical. Em sua descrição Mandel assinal o caráter transversal do elemento corruptor, o poder do dinheiro, no conjunto da elite, incluindo frações da mesma que baseiam sua existência e legitimidade no exercício da representação dos setores populares.”

LINK (em espanhol): http://vientosur.info/spip. php?article12648#sthash. fUGrrLFu.dpuf

Rebelión.org (01/06) – “Concentração econômica e poder político”, artigo do economista Alejandro Nadal

“A concentração afeta negativamente aos consumidores, freia a competitividade e asfixia a capacidade de inovação das empresas. Ademais, várias investigações revelam que a concentração está intimamente ligada à crescente desigualdade na distribuição da renda. Em janeiro passado, apresentou-se um estudo (nber.org/papers/w23108) no qual se mostra que a maiores níveis de concentração na indústria corresponde uma menor participação do trabalho no produto. Mas a concentração tem outros efeitos danosos que vão além dos enumerados. A concentração do poder econômico leva ao domínio político. Os legisladores que têm sentido a pressão de uma empresa como o Wall sabem disso muito bem. Por isso este fenômeno é uma ameaça para a democracia e as instituições republicanas”.

LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/ noticia.php?id=227332&titular= concentraci%F3n-econ%F3mica-y- poder-pol%EDtico-

Rebelión.org (30/05) – “A Rota da Seda é uma mostra de que a globalização não morreu”, entrevista com o economista Eduardo Lucita

“Eu acho que a Rota da Seda é justamente um sinal de que a globalização não está morta, mas talvez nós estejamos em uma nova fase da globalização, desta vez liderada pela China. Isso foi demonstrado no último Fórum em Davos, quando Pequim assumiu a liderança da globalização e do livre comércio.Eu não concordo que a Rota da Seda possa ser um novo Plano Marshall, porque era uma quantidade de dinheiro despejado na Europa para reconstruí-la, aqui não há reconstrução do nada, não houve guerra, nenhum colapso, os países envolvidos têm a mesmas deficiências que há anos por outras razões. A China percebeu que ela já não pode continuar a crescer como fez até agora, com base primeiro na exportação, depois no investimento e, finalmente, no mercado interno. Necessita dar um salto em qualidade e quantidade e passar para outra escala de exportações. Sua economia que vinha crescendo a 10/12% está agora em 07/06% ao ano, o que não é pouco para a economia mundial, mas sim para os chineses. O projeto da Rota é uma rede de estradas, ferrovias, gasodutos, usinas de energia, melhorias portuárias para facilitar a conectividade e intercâmbio. É um outro tipo de plano que a China procura primeiro se posicionar bem globalmente, segundo colocar excedentes financeiros que lhe causam desequilíbrios internos e terceiro colocar produtos acabados. Ademais, com as rotas se garante o abastecimento de matérias-primas de que necessita. É um plano global.”

LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/ noticia.php?id=227230&titular= %22la-ruta-de-la-seda-es-una- muestra-de-que-la-globalizaci% F3n-no-ha-muerto%22-

Sin Permiso (28/05) – “A estridente mudança de rota dos conservadores abre caminho para o renascimento de Corbyn”, artigo de Charlie Kimber (SWP)

“A campanha dos conservadores tem sido confusa há vários dias. O manifesto do Partido Trabalhista foi popular, já o dos conservadores foi assombrosamente cruel e, todavia, também inepto. Cada vez mais pessoas desconfiam de May por sua atitude evasiva e sua arrogante negativa de comparecer aos debates. As brechas entre os conservadores e o trabalhismo nas pesquisas de opinião está se estreitando. Os prognósticos de “vitória aplastante” não são os mais improváveis na história das eleições. Porém, agora os conservadores estão em retirada. Percebe-se no ambiente que poderia se converter numa derrota, caso se aplique suficiente pressão.”

LINK (em espanhol): http://www.sinpermiso.info/ textos/el-chirriante-cambio- de-rumbo-de-los-conservadores- abre-el-camino-para-el- resurgimiento-de-corbyn

Outras Palavras (28/05) – “Assange: o Ocidente revela sua face Sibéria”, artigo de John Pilger

“Por quase sete anos, esse erro épico nos procedimentos e processos da justiça foi ocultado por campanha de virulência jamais vista contra o fundador de WikiLeaks. Poucas vezes se viu fúria semelhante contra um acusado. Os ataques foram pessoais, mesquinhos, perversos, desumanos, dirigidos contra alguém que não fora acusado por crime algum, mas submetido a tratamento mais furioso do que seria dado a acusado de matar a própria mulher. A evidência de que a ameaça dos EUA a Assange era ameaça a todos os jornalistas ficou perdida, soterrada em montanhas de ambições e sordidez. Pode-se falar aí de antijornalismo.”

LINK (em português): http://outraspalavras.net/ destaques/assange-o-ocidente- revela-sua-face-siberia/

IHU- Unisinos (01/06) – “Desigualdade na América Latina é um obstáculo para o desenvolvimento sustentável, diz a Cepal”

“A alta desigualdade registrada na América Latina constitui um obstáculo para o desenvolvimento sustentável na região, segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe – Cepal. Essa é uma das conclusões que constam no relatório Panorama Social da América Latina 2016, divulgado pelo órgão no dia 30-05. O estudo aponta que a desigualdade caiu na região entre 2008 e 2015, mas o ritmo dessa redução diminuiu a partir de 2012. Entre 2008 e 2012, a desigualdade foi reduzida em 1,2% a cada ano; entre 2012 e 2015, esse ritmo diminuiu pela metade, para 0,6% por ano.”

LINK (em português): http://www.ihu.unisinos.br/ 568211-desigualdade-na- america-latina-e-um-obstaculo- para-o-desenvolvimento- sustentavel-diz-a-cepal

Rebelión.org (30/05) – “Maria de Jesus Patricio eleita candidata índigena presidencial”

“ “Nossa luta é pela vida. Esta passo que damos é difícil porém necessário. Temos que dá-lo se quisermos continuar existindo como povos. Também abrimos o convite a toda a sociedade civil organizada e não-organizada a somar-se a esta luta pela vida” disse a porta-voz eleita do Conselho Indígena de Governo do Congresso Indígena Nacional, María de Jesús Patricio Martínez.”

LINK (em espanhol): http://www.rebelion.org/ noticia.php?id=227231&titular= %93no-vamos-por-votos-nuestra- pelea-es-por-la-vida%94-

Veja também