Clipping do Observatório Internacional (26/07/2017)
Nesta edição do clipping semanal do Observatório Internacional da Fundação Lauro Campos, destacamos entre os acontecimentos mundiais mais repercutidos pelos grandes órgãos de jornalismo do planeta o anúncio de novas sanções dos EUA contra o Irã, a ofensiva da oposição venezuelana e o enfraquecimento do madurismo, o início da venda legalizada de maconha nas farmácias uruguaias, a greve geral em Montevidéu contra o ajuste do governo de Tabaré Vázquez, a mobilização dos trabalhadores argentinos em solidariedade aos demitidos da Pepsico, a deriva autoritária do governo polonês e a intensificação dos conflitos entre árabes e israelenses no território ocupado da Palestina.
Na segunda parte deste clipping, selecionamos alguns artigos confeccionados por intelectuais e organizações da esquerda mundial que discutem alguns dos temas que estão mais em evidência na atualidade. Salientamos as diferentes posições existentes dentro do chavismo a respeito da crise política no país, a visão de fim de ciclos progressistas no continente da socióloga argentina Maristella Svampa e os debates econômicos acerca de uma possível nova recessão no horizonte.
A todos uma boa leitura e até semana que vem!
Charles Rosa – Observatório Internacional
Semana de Donald Trump na Casa Branca
Novas sanções econômicas dos EUA ao Irã
Sem cancelar o acordo de 2015 de contenção do programa nuclear iraniano, os EUA anunciaram na terça-feira novas sanções econômicas a Teerã. 18 empresas e indivíduos iranianos foram atingidos pelo boicote norte-americano.
Editorial do New York Times (20/07): “Evitando a guerra com o Irã”
“A última coisa que os Estados Unidos precisam é outra guerra no Oriente Médio. Entretanto uma bateria de palavras, ameaças diretas e ações provocativas – tanto do Presidente Trump e de alguns de seus auxiliares mais importantes quanto de líderes da Arábia Saudita e ativistas americanos – está elevando as tensões que poderiam levar a um conflito armado com o Irã. Teerã incita parte dessa hostilidade com movimentos como deter Xiyue Wang, um estudante de Princeton, e apoiar o presidente sírio, Bashar al-Assad. E para muitos políticos americanos, o Irã — afastado dos Estados Unidos desde 1979— merece apenas castigos e isolamento. Mas o Irã e os Estados Unidos também compartilham alguns interesses, como o combate ao Estado Islâmico. Então, por que não aproveitar todas as ferramentas diplomáticas, incluindo abrir um diálogo, usado antes para gerir governos difíceis e mesmo hostis?”
LINK (em inglês): goo.gl/4Kpwuj
Diálogo misterioso entre Trump e Putin
Editorial do NYT (21/07): “O que Trump e Putin contaram um ao outro?”
“Se alguém confiasse que Trump, como muitos presidentes, possui um conhecimento básico dos eventos mundiais e uma bússola ética, seus encontros com Putin não causariam necessariamente alarme. Trump, no entanto, não é um presidente comum. Não apenas é um novato em política externa, mas seus sócios estão sob investigação por possíveis laços com os esforços de Putin para inverter a eleição que colocaram Trump no gabinete. Na sexta-feira, The Washington Post, citando “atuais e ex-funcionários do Departamento de Estado”, relatou que o embaixador russo em Washington contou a seus superiores que ele discutiu questões relacionadas à campanha com Jeff Sessions durante a corrida presidencial de 2016, ao contrário das alegações de Mr. Sessions.”
LINK (em inglês): goo.gl/NGiuX9
Editorial do Washington Post (18/07): “Por que a conversa de Trump com Putin não é uma apenas uma conversa”
“Conversar não é ruim; o que interessa é a natureza da conversa. Para calibrar cuidadosamente as mensagens aos líderes mundiais, os presidentes normalmente contam com uma elaborada máquina burocrática, inclusive o processo inter-agências e a equipe do Conselho Nacional de Segurança. A conversa de jantar de Mr. Trump mostrou uma vez mais sua propensão a agir sozinho e ele indubitavelmente criou dores de cabeça. Sem um tomador de notas ou um intérprete estadunidense, a estrutura de segurança nacional foi deixada sem um registro de troca, exceto a memória de Trump. Putin terá um registro melhor.”
LINK (em inglês): | goo.gl/SFdw33 |
Seis meses de governo Trump
Valor Econômico (20/07): “Acuado, Trump chega a 6 meses em meio a promessas não cumpridas”, por Juliano Basile
“O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai completar seis meses de governo nessa quinta-feira com perspectiva de aumento do déficit comercial, redução nas estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), elevação do déficit público e nível de emprego subindo menos do que o deixado pelo seu antecessor, Barack Obama. Além disso, Trump e membros de sua equipe e de sua família estão às voltas com investigações sobre um possível conluio eleitoral com a Rússia. E, para completar, quase a metade dos americanos desaprova o seu governo. A mais recente pesquisa The Washington Post/ABC revelou que o índice de aprovação do presidente caiu de 42%, em abril, para 36%. Já o percentual dos eleitores que desaprovam Trump subiu de 53% para 58%. Desses 48% disseram que “desaprovam fortemente” o governo.”
LINK (em português): goo.gl/aiF95t
Venezuela: Referendo e Constituinte
A oposição de direita organizou um referendo no domingo (16/07) com perguntas tendentes a rechaçar a Assembleia Constituinte convocada por Nicolás Maduro. 7,6 milhões de eleitores compareceram às urnas para expressar sua rejeição a uma nova carta constitucional. Na quinta-feira, uma greve geral foi convocada pelas mesmas forças com um alto grau de adesão.
BBC (17/07): “O que é a ‘hora zero’ e o que muda no conflito político da Venezuela a consulta popular da oposição contra o governo de Nicolás Maduro”
“Respaldada pelos 7,6 milhões de pessoas (de um total de 19,5 milhões habilitados para votar) que responderam ao chamado contra o presidente Nicolás Maduro e a favor de eleições livres e um governo de união nacional, a oposição assegura que a luta entra agora numa nova etapa. E nesta segunda-feira se conheceram as primeiras medidas do que se denominou “hora zero”. O vice-presidente da Assembleia Nacional, Freddy Guevara, instou aos poderes públicos a acatar os resultados da consulta e ofereceu a possibilidade de um diálogo sério com o governo com a condição de que retire a Assembleia Constituinte”.
LINK (em espanhol): goo.gl/wZ9y3K
DW (20/07): “Venezuela: mais de 80 detidos em greve geral convocada pela oposição”
“As forças da ordem detiveram nesta quinta-feira 82 pessoas em todo o país durante a paralisação geral de 24 horas convocada pela quinta-feira para protestar contra o governo de Nicolás Maduro, informou a organização de defesa dos direitos humanos Foro Penal (FPV). O chamado a uma paralisação cívica arrancou com uma notável ausência nos locais de trabalho pela falta de transporte público, enquanto o Metrô de Caracas funcionou normalmente mas com poucos passageiros. Esta manifestação opositora foi convocada por 24 horas para insistir no rechaço à Constituinte de Maduro, cuja campanha para eleger seus 545 membros em 30 de julho prossegue apesar dos protestos.”
LINK (em espanhol): goo.gl/nRxKgK
Início de venda de maconha nas farmácias uruguaias
El País (19/07): “Uruguai inicia venda de maconha em farmácias e revoluciona a política mundial de drogas”
“Tinha que ser o Uruguai. Não é casualidade que esse seja o primeiro país do mundo onde o Estado se encarregará de controlar o cultivo, o empacotamento e a venda legal de maconha em farmácias — processo que terá início na primeira quinzena de julho —, uma atitude que todas as nações vizinhas proíbem e combatem. O pequeno país de cerca de 3 milhões de habitantes é governado, desde 2005, por uma esquerda tranquila, que conseguiu alcançar um recorde histórico de crescimento ininterrupto de sua economia. O Uruguai já foi o pioneiro na América Latina em abolir a escravidão, aprovar o ensino laico, o divórcio e em legalizar a prostituição. A separação entre Igreja e Estado ocorreu há mais de 100 anos. Tudo chega antes no Uruguai, que quase sempre serve de modelo para que outros sigam o mesmo caminho.”
LINK (em português): goo.gl/B678tw
Greve Geral no Uruguai em 21 de julho
Página 12 (21/07): “Paralisação exitosa da PIT-CNT no Uruguai”
“A central sindical única uruguaia PIT-CNT qualificou de “exitoso” a paralisação geral de 24 horas que se realizou ontem em demanda de maiores verbas, o que afetou a quase todo o setor público e parte do privado. Os dirigentes da central assinalaram que “Houve alto nível de adesão” à paralisação, especialmente em Montevidéu, que desde a manhã exibia pouca gente e transporte nas ruas. se bem muitos comércios abriram suas portas”.
LINK (em espanhol): goo.gl/hRezPg
Manifestação em apoio aos trabalhadores demitidos da PEPSICO na Argentina
Pagina 12 (19/07): “Contra as demissões e a repressão”
“Com a participação de organizações sociais, sindicais, políticas e de direitos humanos, a marcha realizou-se desde o Obelisco até o Congresso, onde os trabalhadores instalaram uma tenda para reclamar sua reincorporação”.
LINK (em espanhol): goo.gl/hyeVGQ
Cúpula do Mercosul em Mendoza
Folha de SP (22/07): “Mercosul convida Maduro e oposição a dialogar em Brasília”
“O Mercosul convidou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e representantes da oposição para uma ‘consulta prévia’ em Brasília antes de definir outras medidas em resposta à crise no país. O convite para a reunião ainda sem data marcada, feito nesta sexta ao fim do 50ª Cúpula do Mercosul, é uma advertência mais amena do que a sugerida nas semanas anteriores que antecederam o encontro.”
LINK: goo.gl/Q5hyW4
Página 12 (21/07): “O Mercosul não expulsou a Venezuela do bloco regional”
“A ofensiva argentina contra a Venezuela encontrou um limite na Cúpula de Mendoza, cuja declaração final, que não assinou Evo Morales, não contempla nenhuma sanção ao país caribenho ainda que inste ao ‘Governo e a oposição a não levar a cabo nenhuma iniciativa que possa dividir ainda mais à sociedade venezuelana’.”
LINK (em espanhol): goo.gl/VbHCBP
Lei do aborto passa no Senado chileno, mas Câmara dos Deputados rejeita proposta
La Nación (21/07): “Surpreendente revés para Bachelet”
“Durou exatamente um dia no governo de Michelle Bachelet a alegria pela despenalização do aborto por três causas que o Senado havia aprovado. O projeto, uma de suas reformas mais importantes, foi revisado na Câmara dos Deputados e estava pronto para ser despachado para ser lei, mas ninguém, nem sequer o mais calculista no oficialismo, contava com que o deputado Marcelo Chávez, da Democracia Cristiana, se absteria na votação de um artigo que necessitava quórum de pelo menos 67 votos.”
LINK (em espanhol): goo.gl/htxEX2
Protestos na Polônia contra autoritarismo do governo
Em desafio às recomendações da UE, o governo conservador da Polônia conseguiu aprovar uma reforma controversa do Supremo Tribunal que aumenta a influência do Executivo neste órgão. A proposta gerou fortes mobilizações da população.
Editorial El País (21/07): “O desafio polaco”
“Em menos de dois anos, o Governo de Varsóvia vem destruindo sistematicamente as reformas modernizadoras do país. A jovem democracia polonesa está em perigo e a credibilidade da União, incapaz de reagir com contundência e a tempo para defender seus valores, quebranta-se na mesma velocidade. A Comissão Europeia tem ameaçado com a bomba nuclear nunca antes utilizada: ativar o artigo 7 da UE que permite anular o direito de voto de um de seus membros. É uma iniciativa positiva e necessária, mas as competências da Comissão são limitadas e só pode impor uma multa a Varsóvia. É preciso parar os pés do Governo de Beata Szydlo. A UE tem a obrigação moral de fazê-lo e esta tarefa só o Conselho Europeu pode culminá-la. Sua resposta é, no entanto, no momento a inação. Dizia quarta-feira, o vice-presidente da Comissão , Frans Timmermans, que o Estado de direito é mais forte que o mais forte dos Estados-membros e que é assim como se mantém unida a esta União. Os Governos da UE deveriam escutá-lo e atuar em consequência”.
LINK (em espanhol): goo.gl/KvQgs3
Hungria pede à Itália que restrinja entrada de imigrantes
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, enviou uma carta para o governo italiano em que pede que o país “feche as portas” para os imigrantes ilegais que chegam através da rota do Mar Mediterrâneo. O documento foi assinado pelos outros governos que fazem parte do chamado “Visègrad” – República Tcheca, Eslováquia e Polônia. O governo italiano Paolo Gentiloni (Partido Democrata, social-democrata) respondeu de maneira negativa. “De nossos vizinhos, dos países que compartilham o projeto europeu, nós temos o direito de pedir solidariedade. Não aceitamos lições nem palavras ameaçadoras. Serenamente, nós nos limitamos a dizer que fazemos o nosso trabalho e pretendemos que a Europa faça o seu também sem dar lições improváveis”.
Editorial do The Guardian (18/07): “Polônia e Hungria: tomando o caminho errado”
“Hungria e Polônia (e a República Tcheca) poderiam sofrer penalidades financeiras por barrar a entrada de refugiados, graças à ação legal por parte da UE, mas se sentem fundamentados pela maré política que se chocou contra a postura mais generosa de Angela Merkel. A discussão sobre refugiados reflete um choque mais fundamental de valores: se os ataques de Budapeste contra as ONG e as tentativas de fechar a Universidade Europeia Central, fundada por George Soros. Neste sentido, é verdadeiro afirmar que esse assalto personalizado não é pessoal: é aquilo que o sr. Soros representa. A Hungria não avançou tão longe quanto a Polônia no desmerecimento do Judiciário, mas está em uma faixa semelhante; E os ataques à mídia, academia e crítica estrangeira são bastante frequentes.”
LINK (em inglês): goo.gl/JVvJXt
Corte de gastos militares e austeridade de Macron
The Guardian (20/07): “Macron criticado por gastos de defesa, corte de impostos e estilo de liderança”
“Enquanto passava as últimas semanas polindo sua imagem internacional – entretendo o presidente dos EUA, Donald Trump, e discursando em grandes cúpulas – as dificuldades no front doméstico começaram a aparecer. Sua maior crise veio essa semana quando o chefe das Forças Armadas da França se demitiu depois de uma amarga disputa com Macron sobre cortes nos gastos de defesa. Foi um impasse sem precedentes que um general atribuiu a um suposto “autoritarismo juvenil” de Macron”.
LINK (em inglês): goo.gl/23Zq8e
RFI (18/07): “Macron impõe austeridade a prefeitos e colhe elogios do FMI”
“Em um encontro com prefeitos de todo o país, Macron pediu aos prefeitos que economizem € 13 bilhões de 2018 a 2022, em contrapartida a uma maior autonomia na gestão dos repasses estatais e uma atenção particular a pequenas comunidades da zona rural. Uma das medidas polêmicas da reforma, ainda mal digerida pelos prefeitos, é o fim progressivo da atual taxa de habitação, uma espécie de IPTU, que será compensada por um aumento da Contribuição da Seguridade Social (CSG). A medida vai atingir 80% dos contribuintes em três anos. O Estado diz que a taxa de habitação é um imposto injusto por não levar em conta a capacidade de pagamento do contribuinte e pelas expressivas diferenças territoriais. Mas os prefeitos estão furiosos com a perda de € 9 a € 10 bilhões de sua principal fonte de receita. Macron ignora a ladainha e ainda propõe diminuir o número de vereadores, como pretende fazer com deputados e senadores, para reduzir os gastos públicos.”
LINK (em português): goo.gl/WVHPke
Crise da Alemanha com Erdogan
Público.pt (21/07): “Nova escalada nas tensões entre a Turquia e a Alemanha. Ancara promete que “a resposta necessária” virá.”
“Para alguém que começou por querer pôr em prática uma política externa descrita como “sem inimigos”, Recep Tayyip Erdogan parece aproximar-se cada vez mais do momento em que não lhe restarão aliados. O todo-poderoso Presidente não deixou de precisar de amigos, mas alimenta sucessivas discórdias com aliados tradicionais. É assim, acredita, que pode sobreviver no poder, conservando a sua base de apoio, cada vez mais curta (em Abril, venceu o referendo à reforma constitucional que lhe dará poderes inéditos por 51%) mas extremamente dedicada e sensível à narrativa do “inimigo externo que não quer uma Turquia forte e orgulhosa”, a potência que é por direito. São os “seis milhões” que os media turcos dizem ter participado nas comemorações do 15 de Julho em iniciativas por todo o país — incluindo “vigílias pela democracia”.”
LINK (em português): goo.gl/muLDRi
Separatismo de Donetsk
DW (18/07): “Separatistas proclamam “Pequena Rússia” na Ucrânia”
“Novo Estado teria como capital Donetsk e substituiria a atual Ucrânia, segundo anúncio de líder separatista. Presidente do país garante que Kiev restabelecerá a soberania sobre regiões rebeldes.”
LINK (em português): goo.gl/6GRXLv
Editorial do El País (22/07): “Desmembramento da Ucrânia”
“O anúncio da futura proclamação unilateral de independência da região ucraniana de Donetsk, sob o controle de rebeldes pró-Rússia, é a demonstração de que Moscou não parou sua tática de desmembramento da Ucrânia. (…) A Ucrânia é um país europeu que viu como um território seu, a Crimeia, foi invadido militarmente e anexado ilegalmente mediante um referendo ilegal e não reconhecido. E tem também outra importante porcentagem de seu território sob o controle de diversas milícias pró-Rússia sustentadas financeira e militarmente por Moscou e que são responsáveis pela queda de um avião civil de passageiros que provocou 298 mortes. É, portanto, um país que sofre uma agressão militar direta de uma potência, a Rússia, que quer reinstaurar sua área de influência pela força e que não hesita em limitar a soberania e amputar o território dos que se opõem aos seus desígnios.”
LINK (em português): goo.gl/iptY1Q
Presidente palestino anuncia suspensão de todos os contatos com Israel
Al-Jazeera (21/07): “Mahmoud Abbas congela contato com Israel sobre complexo de Al-Aqsa”
“O anúncio se segue à morte de ao menos três palestinos em protestos ocorridos em Jerusalem e na Cisjordânia na sexta-feira depois da polícia israelense disparar munições ao vivo, gás lacrimogêneo e balas de aço revestidas de borracha para dispersar manifestantes. Centenas de pessoas ficaram feridas. Três israelenses também foram mortos num ataque com faca assentamento ocupado Neve Tsuf na Cisjordânia”.
LINK (em inglês): goo.gl/GTvFWa
Crescimento econômico na Coreia do Norte em 2016 bate recorde de 17 anos
BBC (21/07): “Taxa de crescimento econômico da Coreia do Norte é o maior em 17 anos”
“A economia da Coréia do Norte acelerou em seu ritmo mais rápido em 17 anos, apesar das sanções sobre seus programas nucleares e de mísseis. O produto interno bruto cresceu 3,9% em 2016 em relação ao ano anterior, de acordo com o Banco da Coréia. O crescimento decorreu em grande parte da mineração e da energia, bem como do aumento das exportações para a China. Os EUA pediram que Pequim reduza o comércio com Pyongyang enquanto as tensões se aproximam das ambições nucleares de Kim Jong-un. A China é o único aliado principal da Coréia do Norte, parceiro comercial e doador de ajuda.”
LINK (em inglês): goo.gl/tbcYFE
Prisão de ativistas saarauís no Marrocos
El País (19/07): “Marrocos impõe duras penas de cárcere para 19 ativistas saarauís”
“Depois de seis meses de juízo civil, o veredito contra os 24 ativistas saarauís – um deles viu postergado seu caso por motivos de saúde – de deu a conhecer nas primeiras horas desta quarta-feira. A sala do Criminal do Tribunal de Salé, cidade próxima a Rabat, sentenciou 19 pessoas com penas que vão desde os 20 anos de cárcere à cadeia perpétua para oito deles. Quatro dos acusados foram postos em liberdade, já que suas condenações são inferiores aos sete anos que levariam na prisão”.
LINK (em espanhol): goo.gl/5N6xgG
Corrupção no Congo
The Guardian (20/07): “RDC: Revelada vasta rede de negócios de presidente que não quer renunciar”
“O presidente que atualmente se apegou ao poder na República Democrática do Congo e sua família tem uma vasta rede de negócios que atingem quase todos os setores da economia do país que se pensa ter gerado centenas de milhões de dólares em receitas desde 2003, de acordo com um relatório. Joseph Kabila deveria desistir do ano passado depois de 16 anos como presidente, mas se recusou a ir, argumentando que seu país não pode se dar ao luxo de realizar eleições. Toda a riqueza do presidente, conforme um relatório publicado na quinta-feira por um grupo de pesquisa na Universidade de Nova York, pode ajudar a explicar por que o presidente – quem, as pesquisas mostraram, ganharia apenas 7,8% dos votos se ele permitisse as eleições – estátão desesperado para permanecer em seu trabalho. Kabila possui 71 mil hectares de terras agrícolas, tanto diretamente como com seus filhos, enquanto sua irmã gêmea detém uma participação valiosa na empresa estatal de telecomunicações, seu irmão mais novo tem interesses comerciais que vão desde a mineração até a estaca na cadeia de fast food de Nando , E duas empresas familiares possuem licenças de mineração de diamantes para 450 km da fronteira sul do país. Juntos, eles possuem mais de 80 empresas na RDC e no exterior, total ou parcialmente, diz o relatório.”
LINK (em inglês): goo.gl/3ZhxBC
DEBATES DA ESQUERDA MUNDIAL
Crise venezuelana
Portal de la Izquierda (17/07): “Entrevista com Edgardo Lander – ‘Esta Constituinte não é diálogo, não é acordo é imposição’ ”
“Lander, pensador crítico de esquerda, ativista social e político, explica que as bases comiciais da ANC estão desenhadas para favorecer o madurismo no poder e de modo algum pode interpretar tal medida como diálogo: ‘Isso é uma imposição’”.
LINK (em espanhol): goo.gl/8d7WMA
Rebelión.org (17/07): “A oposição dobra a aposta”, por Atilio Borón
“Só os espíritos ingênuos podem desconhecer que a oposição venezuelana está instrumentalizando uma estratégia a duas pontas para derrubar o presidente constitucional desse país. Um setor optou por desatar a violência em suas variantes mais aberrantes como forma de instalar a imagem de uma “crise humanitária” – produto do desabastecimento planificado de produtos de primeira necessidade e a orgia de ataques, saqueios, ‘guarimbas’, incêndios a pessoas vivas e atentados com “bombas molotov” a escolas e hospitais – que sirva como prelúdio a uma invasão não menos “humanitária” do Comando Sul e, aplicando a receita utilizada na Líbia para derrubar e linchar Gadafi, produzir a ansiada “troca de regime” na Venezuela.”
LINK (em espanhol): | goo.gl/gEPVEV |
Portal de La Izquierda (20/07): “Editorial #24 de Marea Socialista – Simulacro, Consulta e “Hora 0”: Cavando Trincheiras”
“O simulacro da constituinte, foi uma reação defensiva do governo frente à convocatória do plebiscito e demonstrou que o governo mantém, ainda que limitada, sua capacidade organizativa e de mobilização da maquinaria. O simulacro, preparado com um só ponto por paróquia, foi organizado dessa maneira para obter o efeito visual de enormes concentrações de pessoas dispostas a participar do mesmo.”
LINK (em português): goo.gl/UvMe7C
Uruguai
Público.es (20/07): “É preciso pôr em questão a proibição das drogas como sistema de controle”, entrevista com Julio Calzada
“Julio Calzada, ex-secretário geral da Junta Nacional de Drogas do Uruguai, defende nesta entrevista a legalização da marihuana como um primeiro passo para minar o negócio do narcotráfico: ‘Decidimos atuar para retirar o valor mercantil’”.
LINK (em espanhol): goo.gl/GNSmFK
Portal de La Izquierda (21/07): “Para além da cortina de fumaça: greve geral no Uruguai e perspectivas de luta”, por Charles Rosa e Israel Dutra
“Do ponto de vista no tratamento às demandas dos trabalhadores, recrudesce a truculência governamental. Meses depois de sua recondução ao Edifício Libertad, Vázquez declarou guerra aos sindicatos docentes, enviando uma lei ao Congresso que na prática eliminava o direito de greve. A impopularidade da medida foi tamanha que o projeto não prosperou. Em seguida, seu ministro da Economia, Danilo Astori preparou um pacote de cortes na Educação e um aumento de tarifas, culminado na imensa greve geral de julho de 2016. Por fim, Vázquez em abril deste ano editou um decreto que autoriza a ação repressiva das polícias nos cortes de estrada efetuados pelos sindicatos e movimentos sociais.”
LINK (em português): | goo.gl/snAsXP |
Fim de ciclo dos progressismos na América do Sul
Diário Río Negro (16/07): “O fim de ciclo, segundo Maristella Svampa”
“Houve um esgotamento político do progressismo, lógico depois de tantos anos de hegemonia, um cansaço em relação à narrativa tão polarizante e calcada no social, no político e no econômico, que gerou profundas feridas em nossas sociedades, que estão longe de encerrar – destaca Svampa a Télam. E com a ascensão de governo de direita, a polarização não cedeu”.
LINK (em espanhol): goo.gl/1dC6BA
Governos ultraconservadores na Europa
Viento Sur (21/07): Pode a União Europeia ser ainda uma barreira para as tentações totalitárias?”, por Rachel Knaebel
“A União Europeia está disposta a recordar suas estritas regras em matéria de economia e de gastos públicos, ainda que seja a custo de impor brutais reformas aos países, como Grécia, que não se adaptariam. Quando se trata de ceder em seus valores fundamentais, baseados no respeito dos direitos humanos e do Estado de direito, o que ocorre? Um governo europeu que suprime contra-poderes e instituições que garantam o bom funcionamento da democracia é sancionado tão secamente como se superasse o déficit público autorizado? Por em marcha políticas discriminatórias e xenófobas, que atacam a dignidade humana ou encarcerar numerosos opositores pode levar um Estado europeu, ou candidato à adesão, a uma quase quebra das sanções econômicas? Nem muito menos”.
LINK (em espanhol): goo.gl/YXaiwV
EUA
IWallerstein.com (15/07): “Eleição de 2018 nos EUA: quebras de entusiasmo”
“Se olharmos para a situação política em julho de 2017, houve uma grande mudança de entusiasmo. O núcleo duro dos adeptos de Trump agora é como o núcleo duro de apoiadores de Clinton em 2016. Eles apoiam Trump porque são anti-democratas. Nancy Pelosi é a força simbólica do mal. Eles estão “desapontados” com Trump. Ele não entregou o que prometeu. Ele está cercado pelas pessoas da Goldman Sachs que ele já denunciou. Suas classificações de aprovação, baixas no início de seu mandato, continuaram a cair, mesmo entre o núcleo duro. Eles ainda estão apoiando Trump porque o outro lado parece muito pior. Mas eles arrastam seus pés um pouco. O proselitismo é menor. Eles fazem menos campanha. Eles colocam menos pressão sobre amigos e familiares. Eles fazem menos do que sair para votar.”
LINK (em inglês): goo.gl/32JKN6
Capitalismo
Outras Palavras (17/07): “E o capitalismo morrerá de overdose?”, entrevista com Wolfgang Streeck
“O diagnóstico de Wolfgang Streeck, diretor do Instituto Max-Planck de Colônia, é implacável: “A crise atual não é um fenômeno acidental, mas o auge de uma longa série de desordens políticas e econômicas que indicam a dissolução daquela formação social que designamos capitalismo democrático”.“O capitalismo está morrendo de overdose de si mesmo.” Esta é a tese do sociólogo Wolfgang Streeck, diretor do Instituto Max-Planck de Colônia, um dos centros de pesquisa mais importantes da Europa. Em seu último livro, Como Acabará o Capitalismo? Ensaios sobre um Sistema Fracassado, Streeck conduz um diagnóstico impiedoso sobre a patologia do capitalismo democrático, aquela formação social particular que, no pós-guerra, havia alinhado democracia e capitalismo em torno de um pacto social que lhe conferia legitimidade.”
LINK (em português): | goo.gl/QrxTRC |
Sin Permiso (16/07): “Reverter a austeridade acabará com a depressão?”, por Michael Roberts
“As políticas de austeridade têm um motivo ideológico: debilitar o Estado e reduzir sua ‘interferência’ no capital. Porém a base econômica da austeridade não foi uma teoria econômica enlouquecida ou má, desde o ponto de vista do capital. Seu objetivo era reduzir os custos dos serviços públicos, as taxas de juros e os impostos paras as empresas com o fim de aumentar sua rentabilidade . O ponto de vista keynesiano ignora o movimento da rentabilidade como uma causa das crises. E ao depender da ‘demanda’ para julgar o estado de saúde de uma economia capitalista, as políticas keynesianas de estímulo fiscal são incapazes de resolver o “problema técnico” de conseguir que a economia “ruja de novo com vida”.
LINK (em espanhol): goo.gl/UVPuAx
La Jornada (18/07): “Regresso ao carrossel de recessões”, por Alejandro Nadal
“A próxima recessão não é iminente, mas como se diz em Wall Street, as recuperações não morrem de idade avançada. E quando chegue o momento de afrontar essa contração, o Federal Reserve não terá margem de manobra. Como a taxa de juros continua sendo baixa, o Fed não poder recorrer a reduções em tal variável com o fim de reativar a economia. A próxima recessão poderia não ser tão violenta como a crise de 2008, mas será mais difícil de contrarrestar.”
LINK (em espanhol): | goo.gl/ofvh8w |