Clipping do Observatório Internacional (23/10/2018)

CLIPPING SEMANAL DO OBSERVATÓRIO INTERNACIONAL DA FUNDAÇÃO LAURO – 22/10

Anúncio de saída dos EUA de tratado nuclear com a Rússia

The Guardian (20/10): “Trump diz que EUA sairão de tratado de armas nucleares com a Rússia” (em inglês)

Donald Trump confirmou que os EUA vão deixar um tratado de controle de armas com a Rússia, assinado ainda na Guerra Fria e que foi responsável de deixar os mísseis nucleares fora da Europa por três décadas. “Precisamos desenvolver essas armas”, disse o presidente a repórteres em Nevada após um comício. “Vamos encerrar o acordo e vamos sair.” Trump estava se referindo ao Tratado de Forças Nucleares de Intermediária de 1987 (INF), que proibiu mísseis nucleares de lançamento no solo, com alcance de 500 km a 5.500 km. Assinado por Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev, levou a quase 2.700 mísseis de curto e médio alcance sendo eliminados, e o fim de um impasse perigoso entre os mísseis Pershing e de cruzeiro dos EUA e os mísseis soviéticos SS-20 na Europa.

Crise migratória na América Central

El Comercio (22/10): “Mais de 7000 pessoas vão na caravana de imigrantes para os EUA” (em espanhol)

A caravana de migrantes centro-americanos que se dirigem aos EUA inclui mais de 7000 pessoas, disse neta segunda-feira o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Aziz HAq, citando uma estimativa da Organização Internacional para Migrações. Depois de passar uma segunda noite no México, milhares de migrantes, em sua maioria hondurenhos, estavam se preparando para retomar sua viagem e tratar de chegar à fronteira com os Estados Unidos, a 3000 km de distância.

DW (22/10): “Trump qualifica de ‘emergência nacional’ o avanço da caravana de migrantes” (em espanhol)

O presidente dos EUA, Donald Trump, acusou nesta segunda-feira as autoridades mexicanas de serem “incapazes de deter” a caravana de imigrantes procedentes de Honduras que se dirigem à fronteira sul dos EUA, e assegurou que já alertou as Forças Armadas de que se trata de uma “emergência nacional”. Trump acrescentou que entre os hondurenhos há “criminosos” e “desconhecidos do Oriente Médio”. Trump anunciou ainda o corte da ajuda econômica a Guatemala, Honduras e El Salvador.

Legalização da maconha no Canadá

El País (18/10): “Canadá abre a porta do mundo desenvolvido para a cannabis recreativa” (em espanhol)

A legalização da marihuana para uso recreativo ganhou nesta quinta-feira uma batalha importante ao conseguir entrar no Canadá. Não é o primeiro país do mundo que dá este passo, celebrado com longas filas de clientes ansiosos por comprá-la mas recebida com cautela pelos mercados. O pioneiro foi o Uruguai no ano passado, que vende a droga nas farmácias. Mas o peso demográfico do gigante norte-americano (36 milhões de habitantes, dos quais 4,9 milhões são consumidoras, mais que toda a população do Uruguai, que é de 3,5 milhões) e econômico (no Uruguai as vendas foram de cerca de 35 milhões neste ano frente às 3,3 bilhões de vendas ilegais do ano passado no Canadá); seu pertencimento ao G-7, à OCDE e seu tratado renovado de livre-comércio com os Estados Unidos dão à decisão um peso que a iniciativa uruguaia não teve.

Aprovação de lei que amplia direitos de pessoas trans no Uruguai

NY Times (19/10): “Uruguai aprova uma lei de vanguarda para o bem-estar das pessoas trasn” (em espanhol)

Na madrugada do dia 19, com discrepâncias, mas com votos a favor de todos os partidos, o Parlamento uruguaio aprovou por uma ampla maioria a “Lei Integral para Pessoas Trans”, apresentada em junho de 2017 pelo governo do Frente Amplo, que põe o pequeno país sul-americano na vanguarda dos direitos humanos das minorias sexuais na América Latina. Pela primeira vez na região, o país outorgará um ressarcimento econômico a cerca de cinquenta mulheres trans que foram vítimas de repressão e assédio de agentes estatais desde o início da ditadura, em 1973, e até 1989. Mas além disso, a lei contempla o bem-estar da comunidade trans de um modo amplo, com medidas que consideram sua identidade legal, sua saúde física e mental e sua inclusão no mercado laboral.

Pedido de prisão preventiva de Keiko Fujimori no Peru

RPP (22/10): “21 dados que deves saber sobre o pedido de prisão preventiva contra Keiko Fujimori” (em espanhol)

A Procuradoria indicou que dentro de Fuerza 2011 (agora Fuerza Popular) formou-se uma organização criminosa. Esta é sua argumentação para pedir 36 meses de prisão preventiva para sua líder. O documento consta de 598 páginas (além dos anexos), acusando Keiko Fujimori de liderar uma organização criminosa que tinha como objetivo alcançar o poder político do Executivo, recebendo para isso aportes ilícitos provenientes de atos de corrupção da empresa brasileira Odebrecht.


Artigos e Debates da Esquerda Internacional

Trabalhismo no Reino Unido

Viento Sur (16/10): “Não estamos aqui para gerir o capitalismo“, Rachel Shabi (em espanhol)

O Partido Trabalhista havia vivido um duro verão dominado pelo escândalo sobre o antissemitismo em suas fileiras. Um escândalo que foi perdendo fôlego mas ainda está candente, enquanto a direção do partido tenta fazer uma ideia da escala do problema (maior do que crêem, mas não tão grande como sugerem alguns de seus adversários).

França

Viento Sur (18/10): “Esquerda e pessoas migrantes: falemos claramente!“, por Olivier Besancenot (em espanhol)

A questão política da imigração constitui hoje um debate no seio da esquerda da esquerda. Esta discussão, embora não seja nova nas fileiras do movimento operário, toma um cariz singular quando, em todo o mundo, nossas sociedades estão sacudidas por profundas comoções políticas, que ilustram uma nova fase da crise da mundialização capitalista e suscitam um ascenso mundia dos movimentos e partidos de extrema-direita.

Ascenso das direitas populistas

Rebelion.org (17/10): “Turbilhão neofascista, social-democracia em crise terminal e desafios para uma esquerda ausente“, por Pedro Santander (em espanhol)

A esquerda vinculada à social-democracia, ao “progressista” cedeu demasiado ante as posições da classe média urbana pró-globalização, esquecendo-se dos perdedores, marginalizados, expulsos do sistema, aos que é preciso recuperar defendendo políticas redistributivas. É imprescindível competir com a ultra-direita, mas com um projeto político crível para os eleitores da classe trabalhadora que deixaram de apoiar as alternativas progressistas.

O “internacionalismo” obscuro de Trump

Rebelion.org (20/10): “A aliança de Trump com esquartejadores, esquadrões da morte e assassinos de crianças: Arábia Saudita, Brasil e Israel“, por James Petras (em espanhol)

O projeto de construção imperial dos Estados Unidos está cimentado sobre bravatas, bombas e guerras comerciais. Além disso, seus principais e mais criminosos aliados não são sempre fiáveis. Até a festa do mercado de valores está a ponto de terminar. A época de sanções que servem a seus objetivos está ficando para trás. As broncas furibundas na ONU provocam risos e zombaria.