CLIPPING SEMANAL DO OBSERVATÓRIO INTERNACIONAL DA FUNDAÇÃO LAURO CAMPOS E MARIELLE FRANCO (20/02)
Esta edição do Clipping Semanal traz como destaques os debates internacionais em torno da tentativa trumpiana de construir o muro na fronteira com o México. os fortes protestos no Haiti e a crítica situação venezuelana.
Entre outros assuntos, selecionamos também o anúncio da candidatura de Bernie Sanders, o frisson provocado pelas propostas de Alexandrio Ocasio-Cortez no Congresso norte-americano, a condenação de opositores ao regime Ortega na Nicarágua, o relatório do Parlamento britânico sobre as atividades pouco seguras desenvolvidas pelo Facebook, o começo da corrida eleitoral na Espanha, a retomada das manifestações independentistas na Catalunha, o adiamento das eleições na Nigéria e o pedido de solidariedade dos curdos na fronteira entre a Síria e a Turquia.
Uma excelente leitura internacionalista a todos!
CHARLES ROSA – OBSERVATÓRIO INTERNACIONAL
NOTÍCIAS E ARTIGOS DA IMPRENSA MUNDIAL
Declaração de emergência por Trump
THE GUARDIAN (16/02) “Trump declara emergência nacional para construir muro de fronteira entre EUA e México” (em inglês)
Donald Trump desafiou as críticas ferozes para anunciar que ele está usando poderes de emergência para contornar o Congresso e prosseguir a construção de um muro na fronteira EUA-México. Em uma conferência de imprensa combativa, divagante e às vezes incoerente na Casa Branca, o presidente dos EUA insistiu que não tinha escolha senão declarar uma emergência nacional para impedir que imigrantes ilegais espalhem crime e drogas. No entanto, Trump admitiu que não “precisava” de dar o passo agora e só o fazia pela velocidade. Os opositores se aferraram à observação para acusá-lo de falsidades e medo para fins políticos, descrevendo o movimento como “ilegal” e uma violação da Constituição dos EUA.
EL PAÍS (17/02): “As consequências do ‘show’ de Trump na fronteira: ‘Está nos matando’ ” (em espanhol)
Sobre a barreira que separa ambos os países há agora uma concertina de arame que antes não estava. É consequência do deslocamento de soldados na fronteira e de uma foto especialmente buscada pela Casa Branca que dá sensação de militarização da zona. As pessoas comentam ao passar que parece uma zona de guerra. É exatamente a sensação que se busca ao pintar a fronteira como uma região selvagem fora de controle. A origem está na chamada caravana migrante, grupos organizados de centro-americanos questão cruzando o México para pedir asilo nos Estados Unidos. Estas famílias acampam seu desespero junto à barreira e estão gerando problemas de convivência em cidades como Mexicali e Tijuana e transbordando a infraestrutura de imigração dos EUA porque não está preparada para alojar famílias juntas.
NY TIMES (14/02): “O verdadeiro problema com o Plano de Emergência de Trump“, por Peter H. Schuck (em inglês)
O Presidente Trump declarou uma emergência nacional – apenas para financiar o seu muro. Os tribunais podem – ou não – rejeitar a sua jogada. Mas o fato de que ele pode realmente possuir a autoridade legal para exigir que as agências desperdicem bilhões de dólares simplesmente para cumprir uma promessa de campanha tola que ele acha que lhe valeu a eleição é escandaloso. Os teatros que rodeiam sua ameaça petulante de fazer isso obscurecem uma questão vital para nossa democracia, indo muito além dessa (não) crise, uma questão à qual o Congresso deveria se voltar imediatamente: Quem decide o que constitui uma emergência nacional?
Nova esquerda nos EUA
LA NACIÓN (18/02): “Progressistas e mordazes, duas mulheres se lançam a mudar Washington” (em espanhol)
Ocasio-Cortez tem se diferenciado por suas propostas radicais: que subir a alíquota do imposto em 70% para os mais ricos, e liderou a apresentação de um ambicioso pacote de medidas para combater a mudança política chamado “Green New Deal” – em memória do “New Deal” de Franklin Delano Roosevelt – que foi tomado como uma utopia pela cúpula partidária. Outra de suas obsessões: eliminar os aportes das empresas para a política. Sua campanha para o Congresso esteve sustentada 100% com aportes de pessoas físicas, toda uma revolução num mundo político dos Estados Unidos, e uma conquista que ela ostenta como uma de suas cartas de apresentação em seu perfil no Twitter.
EL PAÍS (17/02): “Alexandria Ocasio-Cortez: a novata que eletriza a política em Washington” (em espanhol)
Em um país que ainda associa o termo socialismo às ditaduras comunistas, Ocasio se reivindica como socialista-democrata, na esteira de Bernie Sanders, e exige um imposto de até 70% sobre a renda superior a 10 milhões de dólares, proposta que tem sido elogiada por economistas progressistas como o prêmio Nobel Paul Krugman. E com o debate imigratório agitado, ela pede o desmantelamento da polícia de fronteira (ICE), uma medida que mais tarde se juntou outros democratas, como a pré-candidata presidencial Kirsten Gillibrand. Tudo de um alto-falante monumental.
WASHINGTON POST (19/02): “A agenda política de Bernie Sanders para 2020: Medicare for All; ação sobre as alterações climáticas; salário mínimo de 15 dólares por hora” (em inglês)
O senador Bernie Sanders concorrerá para a presidência propondo um sistema de saúde “Medicare-for-all”, o combate a mudanças climáticas catastróficas através de um “New Deal Verde” e outras medidas, além da implementação um salário mínimo de US$ 15 por hora para todos os trabalhadores americanos, de acordo com os assessores do senador. Sanders também apresentará propostas para obrigar a divisão dos maiores bancos de Wall Street; o ensino gratuito em faculdades públicas; baixar os preços das drogas por meio de uma intervenção governamental agressiva; novas leis trabalhistas para incentivar a formação de sindicatos; reduzir os gastos corporativos em eleições; pagar licenças familiares e médicas; igualdade salarial por gênero; e ampliar os benefícios do Seguro Social.
Protestos no Haiti
BBC (15/02): “Protestos no Haiti: como as manifestações contra o governo acabaram numa violenta crise no país mais pobre do Ocidente” (em espanhol)
O Haiti, a nação mais pobre do Hemisfério Ocidental, vive uma semana caótica de crise, vandalismo e manifestações. O que começou como um protesto de fim de semana pedindo a demissão do presidente Jovenel Moïse foi transformado nove dias depois no que a mídia local já chama, por sua duração, uma das piores revoltas que a conturbada nação caribenha viveu nos últimos tempos.
FRANCE 24 (17/02): “Medidas do governo haitiano para combater protestos violentos” (em espanhol)
A redução dos preços dos alimentos e o aumento do salário mínimo são algumas das medidas anunciadas para travar as manifestações violentas que deixaram pelo menos nove pessoas mortas. Conforme anunciado pelo presidente do Haiti, o primeiro-ministro, Jean-Henry Céant, anunciou as decisões tomadas pelo governo para reduzir a tensão política no país, que resultou em manifestações violentas durante as quais nove pessoas perderam a vida.
IMPASSE NA VENEZUELA
NY TIMES (18/02): “Crise na Venezuela depende do confronto de ajuda na fronteira” (em inglês)
A administração Trump e a oposição venezuelana apostaram em seus planos para enfraquecer o presidente Nicolás Maduro em um momento de clímax a apenas alguns dias de distância: No sábado, eles tentarão quebrar seu bloqueio à fronteira com uma entrega de alimentos e medicamentos. Os dois estabeleceram 23 de fevereiro como o prazo final para uma ambiciosa campanha de terra e mar que trará suprimentos humanitários através da Colômbia, Brasil e Caribe e para as mãos de milhares de venezuelanos que sofreram o maior colapso econômico que a região enfrentou em gerações.
TELESUR (18/02): “Trump ameaça a Venezuela e reconhece que também avançará sobre Cuba e Nicarágua” (em espanhol)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um discurso repleto de ameaças contra a Venezuela e mostrou que faz parte de um plano para erradicar o socialismo na região e no mundo, reconhecendo que é também pela desestabilização de Cuba e da Nicarágua. Neste contexto, Trump mais uma vez convocou a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) a deixar passar a ajuda humanitária e ignorar as ordens do presidente Nicolás Maduro. A ajuda humanitária tem sido historicamente utilizada como instrumento político de intervenção.
BBC MUNDO (18/02): “Crise na Venezuela: governo de Maduro anuncia ‘contraconcerto’ na fronteira com a Colômbia ante o de simpatizantes da oposição em apoio à ajuda internacional” (em espanhol)
O governo venezuelano anunciou na segunda-feira a celebração de um “grande concerto” na fronteira com a Colômbia nos dias 22 e 23 de fevereiro, que coincidirá com o organizado nesta sexta-feira por simpatizantes da oposição em apoio à ajuda internacional. O ministro venezuelano da Informação, Jorge Rodríguez, anunciou em declarações ao canal estatal VTV que o show terá o slogan “Tire as mãos da Venezuela”.
ESTADÃO (17/02): “Suíça investiga propina à oposição venezuelana” (em português)
Um levantamento realizado pelas autoridades da Suíça revelou que a oposição venezuelana recebeu da construtora milhões de dólares em contas em paraísos fiscais. Segundo o relatório, pelo menos dez campanhas eleitorais de grupos de oposição foram turbinadas por recursos ilegais da empresa brasileira entre 2006 e 2013. Um dos principais beneficiados teria sido o grupo de empresários e pessoas aliadas de Capriles, com movimentações de mais de US$ 15 milhões.
Nicarágua
LA JORNADA (18/02): “Mais de 200 anos de cárcere a dois líderes da oposição na Nicarágua” (em espanhol)
Os tribunais nicaraguenses condenaram os líderes da oposição Medardo Mairena e Pedro Mena a mais de 200 anos de prisão na segunda-feira por terem participado de protestos violentos contra o governo de Daniel Ortega no ano passado, disse seu advogado à AFP. Mairena foi condenado a 216 anos de prisão por “terrorismo” e outros seis crimes atribuídos pelo Ministério Público à sua participação nos protestos, incluindo a morte de quatro policiais e um civil, disse o advogado Julio Montenegro, da não governamental Comissão Permanente de Direitos Humanos (CPDH).
CONFIDENCIAL (17/02): “Regime se reúne com empresários para abrir ‘negociação’” (em espanhol)
O regime de Daniel Ortega realizou uma reunião no sábado com “empresários representativos” do setor privado para “abordar questões importantes para o bem comum” do país. O Cardeal Leopoldo Brenes e o Núncio Apostólico Waldemar Stanislaw também estiveram presentes. De acordo com um comunicado de imprensa do governo, este intercâmbio confirmou a necessidade de um “entendimento para iniciar as negociações” através de um acordo “inclusivo, sério e franco”.
Investigações sobre o Facebook
THE GUARDIAN (17/02): “Facebook rotulado como “gângster digital” por relatório sobre fake news” (em inglês)
O Facebook violou deliberadamente as leis de privacidade e concorrência e deve estar sujeito à regulamentação legal, de acordo com um relatório parlamentar devastador que denuncia a empresa e seus executivos como “gângsteres digitais”. O relatório final do comitê de seleção Digital, Cultura, Mídia e Esporte da comissão de 18 meses de investigação sobre desinformação e notícias falsas acusou o Facebook de obstruir propositadamente sua investigação e não conseguir lidar com as tentativas da Rússia de manipular as eleições.
Eleições na Espanha
EL PAÍS (16/02): “Eleições gerais mais incertas do que parece” (em espanhol)
As eleições chegam quando as pesquisas dão à direita um avanço. De acordo com as pesquisas médias do EL PAÍS, o PSOE ficaria em primeiro lugar com 24% dos votos e seria seguido pelo PP (21%), Ciudadanos (18%), Unidos Podemos (15%) e Vox (11%). Este é o primeiro cenário: um resultado como este daria vitória ao bloco de PP, Vox e Cidadãos. No entanto, a sua vantagem é mais estreita do que pode parecer à primeira vista. Que cálculos terão feito em Moncloa para decidir convocar as eleições de 28 de Abril?
Julgamento de líderes separatistas da Catalunha
LA JORNADA (17/02): “Protesto em Barcelona pelo julgamento de independentistas” (em espanhol)
O centro de Barcelona tornou-se um clamor de massas contra o julgamento aberto no Supremo Tribunal espanhol contra os 12 líderes pró-independência que realizaram a declaração unilateral de independência em outubro de 2017. Cerca de 200 mil pessoas, segundo a polícia da capital catalã, atenderam ao chamado dos partidos secessionistas e do governo catalão, presidido pelo nacionalista Quim Torra, que liderou a marcha.
Coletes Amarelos na França
FRANCE 24 (16/02): “Protesto de Coletes Amarelos persiste, três meses depois” (em inglês)
Milhares de manifestantes de “colete amarelo” marcharam pela França no sábado, três meses após o início do movimento e em uma semana que viu a crescente preocupação internacional com o tratamento policial dos manifestantes. Demonstrando pelo 14º fim de semana consecutivo, pouco mais de 41.000 pessoas compareceram em todo o país, de acordo com o governo, bem abaixo do pico de 282.000 durante as primeiras semanas dos protestos. Uma declaração do Ministério do Interior informou que 41.500 pessoas se manifestaram em todo o país, 5.000 delas em Paris. Os organizadores das marchas, no entanto, colocaram os números muito mais altos.
Eleições na Nigéria
THE GUARDIAN (16/02): “Nigéria adia eleições poucas horas antes da abertura das urnas”
A comissão eleitoral da Nigéria adiou as eleições presidenciais para 23 de Fevereiro, fazendo o anúncio apenas cinco horas antes da abertura das urnas no sábado. Ele citou “desafios” não especificados em meio a relatos de que os materiais de votação não foram entregues em todas as partes do país. “Esta foi uma decisão difícil de tomar, mas necessária para a realização bem-sucedida das eleições e a consolidação da nossa democracia”, disse o presidente da comissão, Mahmood Yakubu, aos repórteres da capital, Abuja, no final da noite de sexta-feira. Ele disse que mais detalhes seriam liberados no sábado à tarde.
Questão curda
THE GUARDIAN (19/02): “Líder curda síria apela à força internacional para proteger os curdos” (em inglês)
A líder dos curdos sírios apelou ao estacionamento de uma pequena força internacional de observação na fronteira entre a Turquia e a Síria para proteger os curdos do que ela diz ser a ameaça de crimes contra a humanidade cometidos pelas forças turcas. Ilham Ahmed é co-presidente do Conselho Democrático Sírio – o braço político das Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pelos EUA e lideradas pelos curdos, que têm sido responsáveis pela libertação de grande parte do nordeste da Síria do Estado Islâmico.
ARTIGOS E DEBATES DA ESQUERDA INTERNACIONAL
Muro de Trump
JACOBIN MAGAZINE (16/02): “Trump está prestes a declarar estado de emergência. O que isso significa?“, por Corey Robin (em inglês)
O que significa politicamente a declaração pendente do estado de emergência de Trump, para que ele possa requisitar fundos para pagar o seu muro? O que nos diz sobre o seu poder ou impotência? A declaração pendente de estado de emergência de Trump não é uma demonstração de poder – é uma demonstração de desespero.
ESQUERDA.NET (15/02): “Mais vale aprender o guião de Trump“, por Francisco Louçã (em português)
Se a democracia não se protege juntando-se aos lobos, ou invocando a veste diplomática, resta o que só a democracia pode fazer, o povo. Sugiro até aos democratas que usem um princípio Trump ou Bolsonaro invertido: escolham cada palavra e cada proposta pelo critério inverso ao deles, perguntando o que coloca a delimitação política onde se forma uma maioria que protege a população, se estão a dizer coisas que se percebam e se fazem alguma coisa pela vida das pessoas. No fundo, tudo vai de criar uma emoção, a mais difícil de todas, a segurança, contra a sombra do medo.
Nova Esquerda nos EUA
JACOBIN MAGAZINE (17/02): “‘O socialismo democrático é a única forma de desafiar o sistema que temos’ – Entrevista com Byron Sigcho-Lopez” (em inglês)
Byron Sigcho-Lopez é um socialista que concorre à Câmara Municipal de Chicago. Em uma entrevista, ele descreve como imigrar do Equador para os EUA, lutar contra a gentrificação e por que o socialismo é necessário para mudar a política para melhor.
Economia dos EUA
LA JORNADA (16/02): “Hegemonia do dólar e o crepúsculo do Império“, por Alejandro Nadal (em espanhol)
Sem hegemonia monetária, o império americano não poderia ser sustentado. Assim, paradoxalmente, a preeminência do dólar é o calcanhar de Aquiles do dólar. Se o fim do império britânico marcou o fim da hegemonia da libra esterlina, hoje a transição para uma nova moeda dominante poderia ser marcada por uma causalidade invertida: o fim da supremacia do dólar seria o crepúsculo do império americano.
Protestos no Haiti
VIENTO SUR (18/02): “Crônica desde um Haiti em vermelho vivo“, por Lautaro Rivara (em espanhol)
O clima social está esquentando no Haiti, à medida que as frustrações sociais se acumulam num barril de pólvora que nunca acaba. Depois das intensas mobilizações do ano passado, com epicentros massivos e radicais em julho, outubro e novembro, a trégua tácita no final do ano deu lugar a um Natal materialmente precário, mas tranqüilo. Mas as festividades não foram mais do que um breve interlúdio. Logo seriam retomadas as batalhas contra a falta de vida, a corrupção endêmica, a crise social e econômica e a ausência de uma nação modelo para a primeira república independente emergir na história deste lado do Rio Bravo. Os protestos prolongam-se há oito dias intensos e nada parece indicar que vão parar.
Venezuela
SIN PERMISO (17/02): “Venezuela e Nicarágua: o passado latente“, por Carlos Abel Suárez (em espanhol)
A Venezuela não tem um futuro invejável, mas a esquerda e o progressismo precisam de unir a sua voz e o seu apoio para uma solução pacífica, no quadro da Constituição, restabelecendo a soberania e os direitos populares e garantindo, entre eles, o mais urgente direito à vida para todos.
LA JORNADA (17/02): “Oposição interna dos EUA a ataques contra a Venezuela“, por Antonio Gershenson (em espanhol)
No ano passado, Donald Trump ameaçou veladamente uma invasão militar da Venezuela. Ele disse o seguinte: Temos muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar, se necessário. O aumento da simpatia pelo programa de Bernie Sanders nos mostra que nos Estados Unidos há também um grande setor da população que é pensativo e civilizado, cujo apoio ao senador socialista democrático poderia significar uma nova etapa política no país. Os republicanos de Trump já perderam um dos seus aposentos nas recentes eleições. As sondagens indicam que a sua próxima derrota será maior, incluindo a presidência do país.
Julgamento na Catalunha
SIN PERMISO (17/02): “Reino da Espanha: entre o julgamento e as eleições, ‘Eu acuso’“, por Miguel Salas (em espanhol)
Tudo se concentrará agora nas eleições de 28 de Abril. Uma certa inquietação percorre alguns setores da esquerda diante da possibilidade de que os resultados da Andaluzia se espalhem pela península. O futuro não está escrito e o partido deve ser jogado, ou seja, devem ser envidados todos os esforços para mobilizar a população activa, os jovens e as mulheres. A direita não só tem de ganhar nas urnas, como também terá de enfrentar a impressionante mobilização feminista de 8 de Março, terá de derrotar o movimento democrático catalão, impensável antes das eleições, e a resposta necessária do movimento sindical, que também será ameaçada se a direita ganhar. A polarização é inevitável; é uma expressão do esgotamento do regime monárquico atual. O importante é prepará-la com os melhores argumentos e propostas.