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Nesta edição do Clipping Semanal, destacamos: as rebeliões democráticas em Hong Kong, Argélia e Sudão; a crise migratória na Europa e nos EUA; as conversas entre Trump e Kim Jong-un na Coreia do Norte; o acordo nuclear com o Irã; a disputa por cargos na União Europeia; o relatório das Nações Unidas sobre a Venezuela; o avanço da pobreza na Argentina; a corrida pela sucessão presidencial no Uruguai; e as dificuldades encontradas por Lopez Obrador em seu início de governo no México.

Uma excelente leitura a todos e até a próxima semana!

ARTIGOS E NOTÍCIAS DA IMPRENSA INTERNACIONAL

PROTESTOS EM HONG KONG

Le Monde (01/07): “Cenas de caos inéditas em Hong Kong: Assalto ao Parlamento” (em francês)

Maré de manifestantes, Parlamento tomado de assalto, disparos da polícia… aniversário de devolução à China se degenera nas ruas.

El País (02/07): “China reage com fúria depois do assalto estudantil ao Parlamento de Hong Kong” (em espanhol)

O governo central chinês está furioso. As imagens de várias centenas de jovens invadindo o Parlamento de Hong Kong na segunda-feira, o 22º aniversário do retorno do exílio britânico à soberania chinesa em 1997, deram a volta ao mundo e deixaram o Executivo do Presidente Xi lívido.

REBELIÃO DEMOCRÁTICA NO SUDÃO

Vox (05/07): “Exército e civis chegam a um acordo de partilha do poder” (em inglês)

Os militares sudaneses e os líderes da oposição civil do país chegaram a um acordo preliminar de compartilhamento de poder. É o primeiro passo em direção a uma resolução depois que o presidente Omar al-Bashir foi derrubado em um golpe em abril, após meses de protestos – mas ainda há muita incerteza sobre o futuro do poder político no Sudão.

PROTESTOS NA ARGÉLIA

Al-Jazeera (05/07): ” ‘Não à ditadura!’: Argelinos marcham no dia da independência” (em inglês)

Dezenas de milhares de argelinos saíram às ruas para celebrar a independência de seu país da França e continuar pedindo por uma nova liderança democrática após a renúncia do ex-presidente Abdelaziz Bouteflika, em abril.

ACORDO NUCLEAR COM O IRÃ

The Guardian (06/07): “Irã vai enriquecer urânio numa nova violação do acordo nuclear” (em inglês)

O Irã está prestes a quebrar os termos do seu acordo nuclear pela segunda vez ao anunciar planos para enriquecer urânio para além dos níveis permitidos nos termos do seu acordo nuclear de 2015. Em uma escalada da disputa sobre as sanções norte-americanas, o chefe das negociações nucleares iranianas, Abbas Araghchi, deveria anunciar no domingo que o Irã produzirá urânio com 5% de enriquecimento, acima do limite de 3,67%, segundo relatórios locais.

BBC (06/07): “Acordo nuclear com o Irã: Macron e Rouhani concordam em analisar as condições para as negociações” (em inglês)

A França e o Irã concordaram em analisar as condições para retomar as negociações a fim de tentar salvar o acordo nuclear de Teerã com as potências mundiais, diz o presidente Emmanuel Macron. Durante um telefonema com o Presidente Hassan Rouhani, Emmanuel Macron expressou a sua “forte preocupação” com as consequências do abandono do acordo de 2015. Rouhani apelou aos países europeus para que atuem urgentemente para salvar o acordo destinado a travar o programa nuclear do Irão.

ENCONTRO ENTRE TRUMP E KIM JONG-UN

The Guardian (30/06): “Trump na Coreia do Norte: história como farsa pela primeira vez“, por Michael H Fuchs (em inglês)

Talvez a parte mais desanimadora da falta de progresso seja que o cenário está pronto para o progresso se todos os lados puderem aproveitá-lo. Como um recente relatório do Centro para o Progresso Americano deixou claro, a política em todos os países relevantes apoia um acordo. Mas eu temo que Trump esteja feliz por ter vendido as mesmas promessas vazias de novo e de novo e que a Coréia do Norte aproveitará enquanto ele estiver disposto a implorar Kim por reuniões no Twitter. Espero estar errado.

El País (06/07): “Trump, Kim e a especulação”, por Ana Fuentes (em espanhol)

A pergunta que ninguém se aventura a responder é se o último apertão de mãos entre o norte-coreano e o magnata servirá para que Pyongyang renuncie a seu programa nuclear ou somente quer ganhar tempo.

DISTRIBUIÇÃO DE CARGOS NA UNIÃO EUROPEIA

Financial Times (05/07): “Como Emmanuel Macron venceu a batalha pelos principais postos da UE” (em inglês)

Macron foi claramente o vencedor da semana. Pode ter prolongado o mandato do PPE no topo da Comissão, mas vê a deputada von der Leyen como uma pró-europeia aberta às ideias francesas sobre defesa e integração económica. Michel, um dos seus aliados mais próximos, foi instalado no Conselho Europeu. E pode contar com a presença de Lagarde no BCE para defender a zona euro. Não admira que tenha ficado exultante.

CRISE MIGRATÓRIA NA EUROPA

El País (03/07): “Carola Rackete: a capitã do ‘Sea Watch 3’ fica em liberdade após comparecer ante juiz” (em espanhol)

Carola Rackete, a capitã do navio humanitário Seawatch 3, detida por entrar em território italiano com 40 migrantes a bordo e realizar uma manobra que desobedeceu as autoridades portuárias de Lampedusa no último sábado, foi libertada na terça-feira. As acusações atribuídas a ele pelo Ministério Público de Resistência ou Agressão de Agrigento contra um navio de guerra foram rejeitadas. O ministro do Interior, Matteo Salvini, perdeu assim uma importante batalha pública para apoiar sua política de portos fechados e criminalização de ONGs.

CRISE MIGRATÓRIA NOS ESTADOS UNIDOS

The New York Times (01/07): Parece uma prisão”: Legisladores criticam centros de detenção de migrantes na fronteira (em inglês)

Os legisladores saíram das instalações da Patrulha de Fronteira descrevendo condições de vida impróprias para receber adultos ou crianças, com mulheres cubanas, hondurenhas e guatemaltecas – incluindo avós e uma jovem grávida – compartilhando celas, algumas chorando de medo de retaliação dos guardas por compartilharem suas histórias.

CRISE VENEZUELANA

La Tercera (04/07): “Os detalhes do contundente informe de Bachelet que denuncia torturas na Venezuela” (em espanhol)

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos acusa em seu informe o regime chavista de graves violações dos direitos civis, políticos, sociais e econômicos dos venezuelanos, além de violência e abusos das forças de segurança. O governo de Maduro reagiu com fúria e apresentou nada menos que 70 observações ao documento.

BBC Mundo (02/07): “Hassine Abassi, prêmio Nobel da Paz: “A intervenção dos Estados Unidos na Venezuela é a mais forte e violenta“” (em espanhol)

Com o prestígio que dá o Nobel, Abassi, histórico dirigente sindical em seu país, acudiu a Venezuela convidado pela Red de Activismo e Investigación por la Convivencia, associação que promove “a convivência pacífica dos distintos setores da população venezuelana”. Trouxe uma mensagem clara. Se na Tunísia e em outros lugares o diálogo serviu para resolver as diferenças, a Venezuela também pode e deve recorrer a esse caminho.

POBREZA NA ARGENTINA

La Nación (05/06): “Organizações sociais põem em dúvida as estatísticas oficiais dos sem-teto na Ciudad” (em espanhol)

A morte de um homem sem teto numa vereda do bairro de Monserrat, anteontem enquanto o frio golpeava a cidade, voltou a fixar o olhar sobre as pessoas que vivem na rua. E os dados oficiais confirmaram a percepção de muitos portenhos: a população que dorme na via pública aumento em cerca de 5% neste ano em relação de 2018, quando a estatística já havia sido maior que no ano anterior.

La Voz Del Interior (05/07): “5 de cada 10 crianças são pobres e 1 de cada 10, indigente” (em espanhol)

A pobreza está a tornar-se cada vez mais infantil. Segundo o relatório “Incidência da pobreza em crianças e adolescentes na Argentina”, do Centro de Investigaciones Participativas en Políticas Económicas y Sociales (Cippes), na Argentina há mais de 14,5 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza (32,72%) e quase três milhões de indigentes (6,59%).

SUCESSÃO DE TABARÉ VÁZQUEZ

Publico.es (06/07): “Primárias no Uruguai não permite aventurar cenário claro de eleições gerais de outubro” (em espanhol)

Como primeira consideração, deve-se notar que, embora o Partido Nacional tenha se imposto novamente neste domingo -foi a força mais votada nas últimos 3 internas-, isso não é necessariamente um indicador de tendência para o primeiro turno. De fato, tanto em 2009 como em 2014, o PN emergiu como o partido mais votado nas eleições internas mas, subsequentemente, não pôde ratificar em Outubro, sucumbindo à Frente Amplio tanto nas primeiras voltas como nas votações.

CONFLITO ENTRE LÓPEZ OBRADOR E POLÍCIA NACIONAL

RT (04/07): “O conflito entre López Obrador e a Polícia, o que está acontecendo?” (em espanhol)

Chamados à paralisação nacional por parte de elementos da Polícia Federal, bloqueio de estradas e a resistência a fazer parte da Guarda Nacional de modo automático, marcaram a agenda semanal do Governo de Andrés Manuel López Obrador.


ARTIGOS E DEBATES DA ESQUERDA INTERNACIONAL

CRISE MIGRATÓRIA

Jacobin Magazine (05/07): “A Patrulha da Fronteira é a SS americano“, por Aaron Freedman (em inglês)

Após décadas nutrindo cultura de abuso violento e racista, as Alfândegas e a Proteção das Fronteiras (Customs and Border Protection – CBP)  não podem ser vistas como mais um trabalho da classe trabalhadora. Como a SS de Hitler, devemos ver as CBP não como um lugar onde pessoas boas fazem coisas ruins, mas onde pessoas ruins fazem coisas ruins.

CTXT (02/07): “Carola Rackete e a defesa da tradição“, por Santiago Alba Rico (em espanhol)

Salvini e Fusaro arremetem contra esta jovem valente que reuniu num só gesto tudo aquilo que os conservadores queremos proteger: a opção preferencial pelos outros.

Esquerda.net (02/07): “A cumplicidade da UE na criminalização da busca e salvamento no Mediterrâneo“, por Vicky Squire (em português)

A Itália prendeu Carola Rackete, a capitã do navio Sea-Watch 3 que enfrentou o governo de Salvini para levar a terra firme dezenas de migrantes resgatados há várias semanas no Mediterrâneo. Mas não é só a Roma que se devem pedir responsabilidades.

ACORDO EUROPA-MERCOSUL

CLAE (03/07): “UE-Mercosul: um fake-TLC que bem pode ser aplicado ‘provisoriamente‘”, por Claudio della Croce (em espanhol)

O tratado de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul foi, talvez, apenas um anúncio político em tempos de mudança, com a despedida da Comissão Europeia e a necessidade de os presidentes sul-americanos mostrarem algum triunfo, mas é muito provável que o acordo seja aplicado provisoriamente antes de passar à ratificação pelos órgãos legislativos.

Viento Sur (04/07): “Um acordo entre dois blocos em crise“, por Eduardo Lucita (em espanhol)

Este é um acordo entre dois blocos em crise. O Mercosul está estagnado há anos sem uma orientação definida. A UE está atravessando uma forte crise comercial e está sujeita a tendências de desintegração, tanto dentro como fora do bloco.

Blog do Julio Gambina (05/07): “Recrudesce a propaganda neoliberal no Mercosul“, por Julio Gambina (em espanhol)

Os governos de direita do Brasil e da Argentina apressaram a assinatura do acordo entre o Mercosul e a União Europeia no âmbito da reunião do G20 realizada há uma semana no Japão. Os países membros do Mercosul apoiaram o protocolo a ser assinado pelos parlamentos nacionais dos países signatários do tratado de comércio e investimento.

PROTESTOS NO SUDÃO E NA ARGÉLIA

The Nation (26/06): “As estações depois da Primavera Árabe“, por Gilbert Achcar (em inglês)

O trunfo dos revolucionários sudaneses é a sua grande influência sobre as bases militares e os oficiais subalternos, alguns dos quais usaram as suas armas de fogo para defender os manifestantes. É por isso que o alto comando se recusou a usar tropas contra o movimento quando Bashir os instou a fazê-lo. Tal como na Rússia e em Paris, este é o factor crucial que determinará o resultado da revolução do Sudão.

Viento Sur (01/07): “O conflito se agudiza“, por Abdelghani Aichoun – Hacen Ouali (em espanhol)

Entre 4 de Julho, data das eleições presidenciais anuladas, anuladas por milhões de argelinos na rua, e 9 de Julho, o fim da legalidade constitucional – conclui o mandato do Chefe de Estado – é a data com uma história cheia de símbolos poderosos. Sexta-feira, 5 de Julho, Dia da Independência, pode e deve ser a última oportunidade de se aguentar. Um dia de libertação, uma festa que não deve ser diluída.

CRISE VENEZUELANA

Rebelion.org (06/07): “O informe seletivo de Bachelet, tão perto de Washington e tão longe de Caracas“, por Victoria Korn (em espanhol)

O relatório recomenda a libertação de todas as pessoas detidas “por razões políticas” na Venezuela. Esta recomendação, segundo o documento oficial, é inaplicável e, portanto, equivocada, já que na Venezuela não há pessoas detidas por esta condição. Após a avaliação, o Governo venezuelano solicitou diretamente ao Alto Comissariado das Nações Unidas que adotasse as medidas necessárias para corrigir os erros do relatório A/HRC/41/18, antes da sua publicação.

Marea Socialista (24/06): “Frente à disputa e à negociação entre corruptos, a alternativa é a independência do povo em sua luta” (em espanhol)

Precisamos descartar tanto a resignação, que nos leva a suportar um governo nefasto, quanto a ilusão de qualquer atalho com falsas expectativas como as levantadas por Guaidó e companhia, para sair de Maduro.

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