FONTE: Aporrea.org/ http://iglesiasymineria.org/ | 06/07/2020
Autoconvocatória para a Primeira Assembleia Mundial pela Amazônia Contra o Etnocídio, o Ecocídio e o extrativismo na Amazônia que se agrava com a pandemia do COVID-19
A Amazônia está sendo inundada de morte em suas comunidades, aldeias, povos e cidades. A COVID-19 aflige os chamados “povos da selva” que sofrem séculos de indiferença, descuido, exploração, extrativismo, racismo e etnocídio. Esta região que é essencial para a estabilidade do ecossistemas da Terra vive um ecocídio e terricídio acelerado.
Causantes da deterioração amazônica são as corporações agro-industriais, os monocultivos, o plantio de sementes transgênicas, os agro-combustíveis, a mineração legal e ilegal, a extração e o derramamento de hidrocarbonetos, a biopirataria, os megaprojetos hidro-elétricos e de hidrovias, as linhas de transmissão e estradas mal planejadas, os organismos financeiros internacionais e seus empréstimos e investimentos, o narcotráfico e o crime organizado.
Os governos do Norte e do Sul, neoliberais e progressistas, incentivam de diferentes maneiras o extrativismo debilitando a Amazônia a nível social e ecológico. Agora, a título de “reativar a economia para sair da crise do Covid-19”, os governos da região flexibilizam as disposições legais ambientais, indígenas e sociais para fomentar ainda mais o extrativismo.
A destruição da Amazônia nos aproxima mais do precipício e a hecatombe climática. Sem Amazônia viva, não haverá futuro para a humanidade.
Muitos estão lutando e resistindo frente a esta destruição. As mulheres da Amazônia são as mais ameaçadas e ao mesmo tempo as mais criativas e resistentes na defesa de seus corpos-territórios.
Os desafios são muito grandes e é urgente e ineludível a unidade na diversidade, com o protagonismo dos povos originários, cuidadores da ancestralidade e o Bem Viver. Frente a esta realidade, movimentos, coletivos, redes, ativistas e organizações de povos indígenas, quilombolas, ribeirinhas, seringueiros, caboclos, marrons, camponeses, artistas, defensores da natureza, comunicadores, acadêmicos, mulheres, jovens e habitantes das cidades amazônicas, nos autoconvocamos na Primeira Assembleia Mundial pela Amazônia que terá lugar de maneira virtual em 18 e 19 de julho.
Nosso objetivo é articular uma aliança a serviço das plataformas e campanhas existentes, para potencializar nossas ações e impactos na defesa dos direitos humanos, os direitos dos povos indígenas e os direitos da natureza. Buscamos construir um processo em espiral de ciclos de assembleias/ações para somar vontades, consensuar objetivos e concertar iniciativas de mobilização em torno de protestos que surjam do debate e do consenso.
Com este propósito dedicaremos no primeiro dia de nossa Assembleia a refletir e debater a problemática dos países e da região pan-amazônica, e no segundo dias discutiremos propostas para a ação e enriqueceremos três campanhas que estamos construindo:
Campanha mundial para fazer frente aos graves impactos da Covid-19 sobre populações indígenas, afrodescendentes e de toda a Amazônia.
Campanha mundial de boicote a produtos, empresas, investimentos, políticas governamentais, acordos comerciais e extrativismos que destroem a Amazônia.
Jornadas de mobilização mundial para deter o etnocídio, o ecocídio e o extrativismo, e salvar a Amazônia que é essencial para fazer frente a mudança climática.
A Assembleia Mundial pela Amazônia se realizará de maneira virtual no sábado 18 e domingo 19 de Julho às 15 horas do Equador, Colômbia e Peru, 16 horas da Bolívia, Chile, Paraguai, Guiana e Venezuela, e 17 horas do Brasil- Brasília, Guiana Francesa e Suriname. Cada dia teremos uma sessão de duas horas e meia e contaremos com tradução simultânea ao espanhol, português, inglês e francês.
Para participar deste processo e receber o respectivo de Zoom deve encher o seguinte formulário.
A Primeira Assembleia Mundial pela Amazônia será também transmitida por Facebook Live da Assembleia e e também pelo canal de Youtube.
Maior informação e contato: asambleamazonica@gmail.com
Uma humanidade saudável e com futuro necessita de bosques e povos amazônicos vivos!
Julho 2020
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