FONTE: Coordinadora Socialista Revolucionaria | 10/08/2020 | TRADUÇÃO: Charles Rosa
Em 1920, os fazendeiros Juan Arias, seu filho homônimo e Carlos Fernández, caudilhos de Minatitlán, atravessaram o rio Marabasco até as planícies de Timbillos para assassinar 13 comuneros indígenas que se opunham a entregar suas terras em benefício da fazenda. Seus corpos foram pendurados em árvores da região como advertência a quem quisesse se rebelar contra os poderes econômicos e políticos.
As comunidades originárias de Ayotitlán consideram esta matança como o início da invasão moderna até seu território ancestral, depois do qual, latifundiários, empresas madeireiras, desmatadores furtivos, o crime organizado e a mineração legal e ilegal se lançaram nas décadas seguintes em busca de matérias-primas para se encher os bolsos, com comissão para os funcionários dos governos de Colima e Jalisco.
O saldo da voracidade capitalista na Serra de Manantlán foram de ao menos 35 pessoas assassinadas, 3 lugarejos arrasados e 3 de pessoas desaparecidas, sendo o último deles Celedonio Monroy que em 2012 foi sequestrado por um comando armado por opor-se à extração de madeiras preciosas e mineral. Sem contar ademais as milhares de árvores cortadas, os mananciais secos, os rios envenenados e as serras convertidas em estéreis, cuja responsabilidade cai principalmente no consórcio mineiro Benito Juárez-Peña Colorada.
No domingo 9 de agosto, as comunidades em luta de Ayotitlán e a bacia do Rio Marabasco se reuniram em Timbillos para comemorar a matança de seus 13 companheiros em seu primeiro centenário. Apesar de que a história oficial quisesse que este fato fosse apagado para sempre, elas e eles resistem a esquecer. Com um ato político-cultural segundo seus usos e costumes e a colocação da primeira de uma capela-memorial em honra “aos mártires de Timbillos”, os povos originários desta região resistem às grandes empresas extrativistas que sob os governos neoliberais das últimas décadas e o abrigo de funcionários bem identificados do governo da 4T serviram com a grande colher deixando somente destruição social e ambiental nestas montanhas.
Agradecemos o convite que membros do Conselho Autônomo Nahuas “Tenamxtla” de Ayotitlán (CAANTA) nos fizeram como Coordinora Socialista Revolucionaria para participar em seu evento comemorativo e referendamos nossa total disposição para dar a luta a favor de sua luta desde a cidade de Colima. Brindamos também nosso apoio à Frente Regional pro-Manantlán e Bacia do Marabasco (FREMMAR) que soube defender seu território desde a ação e organização comunitária. Contem conosco!
A 100 anos de Timbillos, nem perdão nem esquecimento!
Apoio total aos povos originários que lutam!
Vida sim, mina não!
Defendamos o território, a água e a vida!