Uma nova onda de manifestações do movimento “Greve pelo Futuro” se iniciou nesse dia 20 de setembro, e vai continuar até a próxima sexta-feira, dia 27 de setembro. Um dos objetivos destes protestos é pressionar a Cúpula das Ações Climáticas, que se inicia na próxima semana, em Nova York.
O evento reunirá líderes governamentais da maioria dos países, que estarão nos EUA também para a Assembleia Geral da ONU. A cobrança direta dirigida aos governos sobre a adoção de medidas mais concretas em defesa do clima demonstra um processo de maior politização do movimento.
Nessa sexta-feira, houve uma imensa onda de protestos. Os atos de rua aconteceram em pelo menos 3.500 cidades, em 161 países. Esta ação já pode ser considerada uma das maiores manifestações globais e simultâneas da história. Especialmente alguns dados sobre os números de presentes nas manifestações, disponíveis na imprensa, impressionam:
- Na Alemanha, os manifestantes foram estimados em 1,4 milhão de pessoas. Só em Berlim foram quase 300 mil manifestantes nas ruas
- Nos EUA, ocorreram protestos em pelo menos 50 cidades, sendo que em Nova York algumas fontes da imprensa chegam a falar em uma manifestação com cerca de 200 mil pessoas
- No Reino Unido, as manifestações ocorreram também em dezenas de cidades, com destaque para Londres, que levou pelo menos 100 mil pessoas às ruas
- Na Austrália, ocorreram também fortes protestos, estimados em 350 mil presentes, a maior delas ocorrendo em Sidney
- Os protestos ocorreram também no Japão, Romênia, França, Nova Zelândia, África do Sul, Coreia do Sul, Bélgica, Suécia, Ucrânia, Grécia, Tailândia, Quênia, Filipinas, Gana, entre tantos outros países. Em Portugal, por exemplo, as maiores manifestações são esperadas para o próximo dia 27 de setembro.
No Brasil, mesmo que com um número menor de presentes, as manifestações aconteceram também em várias de cidades, com destaque para as Capitais. As mais importantes se realizaram em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
Em nosso país, os atos tiveram como eixo a denúncia o papel nefasto do governo neofascista de Bolsonaro contra o meio ambiente. Principalmente, diante da criminosa escalada de desmatamentos e queimadas na Floresta Amazônica.
O protagonismo principal da juventude
Chama a atenção que este movimento global se iniciou com a iniciativa individual de uma jovem estudante sueca, Greta Thunberg, de 16 anos. Ela começou a realizar protestos solitários em frente ao parlamento sueco, com cartazes que pediam a realização de greves estudantis pelo clima.
Greta acaba de ganhar um Prêmio da Anistia Internacional sobre Direitos Humanos e já foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Passados apenas um ano, as iniciativas de Greta sensibilizaram o mundo, sobretudo a juventude. O grande motor dos protestos pelo clima, sem dúvida nenhuma, são os estudantes, especialmente os secundaristas. Existe também uma incrível participação das crianças, que dão as manifestações uma força e uma beleza ainda maiores.
A Greve pelo Clima só se fortalece a cada dia e deve continuar causando grandes preocupações aos governos e grandes empresas transnacionais, que são os verdadeiros culpados pela grave situação que chegamos.
A utilização do termo greve, desde o início dos protestos, não é mero acaso e demonstra a combatividade deste incrível movimento. Nas manifestações deste mês vários sindicatos e organizações de esquerda aderiram de forma organizada aos protestos.
Não devemos ter nenhuma dúvida, é o sistema capitalista é o responsável pela destruição da natureza e pelos impactos terrivelmente negativos no clima e no meio ambiente.
(via Esquerda Online)