ós, as mulheres que resistimos – nas ruas, em nossos territórios, desde os nossos espaços e comunidades -, nós as companheiras feministas nuestroamericanas, as que resistimos com nossos corpos, e sustentamos a vida; nos solidarizamos com os e as criminalizadxs, detidxs, reprimidxs e perseguidxs nestas jornadas de protesto contra o “pacotaço” neoliberal do governo de Lenin Moreno. Desde o anúncio das medidas de ajuste estrutural no Equador, as distintas organizações e movimentos populares, indígenas e sociais, convocamos a uma Paralisação indefinida contra a violência econômica exercida pela aliança Governo/Fundo Monetário Internacional/Empresariado, que afeta fundamentalmente aos setores populares, axs mais empobrecidxs e às classes médias.
Frente às mobilizações a nível nacional, o governo de Lenin Moreno decretou, em 3 de outubro, “Estado de Exceção” e habilitou a Polícia e as Forças Armadas para que assumissem o controle a ordem em todo o território nacional, suspendendo o direito à liberdade de associação e reunião “para preservar a segurança do Estado”, limitando o direito à liberdade de trânsito, e determinando que “se executem providências necessárias para manter os serviços que garantam a ordem e a segurança interna”.
O saldo deste Estado de Exceção nestes primeiros dias é de mais de 267 detidxs a nível nacional que denunciaram o exercício da violência desmedida e sistemática da Polícia e das Forças Armadas, as quais dispararam com balas de borracha, golpeado e dispensado um tratamento desumano às manifestações. Desta maneira, há dois companheiros indígenas presos (Marlon Santi, coordenador do partido Pachakutik; Jairo Gualinga, dirigente da Juventude da CONAIE); um jovem que pelo impacto da repressão policial se encontra em extrema gravidade; Luis Tipantuña, estudante universitário que por impacto de bomba de gás lacrimogêneo perdeu um olho; um jovem ferido em Cuenca com bomba de gás lacrimogêneo no rosto; Sebastián Acosta, golpeado brutalmente pela Polícia e escondido por esta para não delatá-la; feridxs com gravidade em Cayambe; e várias pessoas mais que ainda não conhecemos, já que os meios de comunicação massiva estão ocultando o que ocorre no país, desvirtuando os protestos. Entretanto, tanto a Defensoria do Povo como a CIDH se pronunciaram denunciando o uso excessivo e desproporcional do aparato estatal contra xs manifestantes, e exortaram ao governo equatoriano a que assegure o direito à resistência e aos direitos humanos.
Nós sabemos que é a política estatal a qual vulnerabilizou a equatorianxs, aos restringir não somente nosso direito legítimo de protestar mas também a possibilidade de concretizar vidas. A assinatura de um acordo com o FMI e as políticas neoliberais que nos impõe o governo, constitui um duro golpe contra o povo equatoriano, e contra os que estamos historicamente em situação de maior desigualdade, injustiça e violência: as mulheres, xs jovens, os povos e nacionalidades, a classe trabalhadora.
A mais injustiça social e aliança do governo com as classes dominantes nacionais e transnacionais, maior descontentamento nas ruas das organizações, movimentos, coletivos e setores populares. A mais política do medo e repressão, mais vozes exigindo que sejam respeitados nossos direitos.
Ante a brutalidade da Polícia e das Forças Armadas do Equador, responsabilizamos diretamente ao Presidente Lenin Moreno e a sua Ministra da Defesa, María Paula Romo da integridade física e emocional dxs detidxs; e exigimos assim mesmo, sua imediata liberdade.
Demandamos que seja assegurado o direito ao protesto de todo o povo equatoriano e que se retire o Estado de Exceção em todo o território nacional.
Chamamos à comunidade internacional, as organizações feministas, de mulheres, populares, indígenas a que se pronunciem sobre a grave situação do Equador e a que estejam vigilantes do cumprimento dos direitos humanos.
Nem submissas, nem precarizadas, nem endividadas!!! Nós seguiremos juntas, até que a dignidade seja um costume!!!
ALAMES Ecuador
ALDHEA
Asociacion de Estudiantes de Gestión Local-UPS
Asociación Femenina Universitaria
Asociación Femenina Universitaria- AFU Nacional
Campaña Aborto Libre Ecuador
Centro de Estudios del Trabajo Memoria
CEPAM Guayaquil
Coalición Interuniversitaria contra el Acoso Sexual
Colectiva Carishinaenbici
Colectiva Escuela Viva
Colectiva Lilas en Acción
Colectiva Runa Feminista
Colectivo de Antropólogas del Ecuador
Colectivo de Geografía Crítica del Ecuador
Colectivo de Mujeres Interuniversitarias
Colectivo de Mujeres Universitarias
Colectivo Desde El Margen
Colectivo Feminista
Colectivo Simpatizantes de VI Internacional – Ecuador
Comadres
Coordinadora de Mujeres Fronterizas – CODEMUF -Loja
Coordinadora Nacional de Mujeres Negras CONAMUNE – Capítulo Carchi
Corporación de Gestión y Derecho Ambiental ECOLEX
Eco-Justicia Abya Yala
Federación de Estudiantes Secundarios del Ecuador
Fondo Ecuatoriano Populorum Progressio FEPP
Frente de la Mujer Trabajadora de CEOSL
Fundación ALDEA
Fundacion Dayuma
Instituto de Estudios Ecuatorianos -IEE
Juventud Revolucionaria del Ecuador
Las Comadres
Mesa de Género de la Universidad de Guayaquil
Movimiento de Mujeres de El Oro – MMO
Movimiento de Mujeres de Sectores Populares Luna Creciente
Movimiento de Mujeres Guayaquil
Mujeres de Frente
Mujeres por el Cambio
Organización Ecuatoriana de Mujeres Lesbianas – OEML
Organización Feminista Luchar
Plataforma de Mujeres Caminando hacia la Igualdad
Plataforma de Mujeres Caminando Hacia la Igualdad-Imbabura
Plataforma Nacional por los Derechos de las Mujeres
Plataforma por la Tierra y Territorios Sostenibles
Plataforma Vivas Nos Queremos
Problemática Agraria en el Ecuador -SIPAE
Pueblo Shuar Arutam
Red de acompañamiento en aborto –Las
Ruda Colectiva Feminista
Secretaría de la Mujer de la UNE
Sistema de Investigación sobre la
Surkuna
Taller de Comunicación Mujer