(Nota da Secretaria de Relações Internacionais do Partido Socialismo e Liberdade – PSOL)
Na última manhã de terça-feira dia 09 de junho, em Santo Domingo, capital da República Dominicana, lideranças do movimento por direitos humanos Reconoci.do formado por dominicanos com ascendência haitiana foram detidas de forma agressiva numa intervenção militarizada durante o protesto antirracista organizado em solidariedade à morte de George Floyd nos Estados Unidos.
George Floyd foi torturado e assassinado pela pela polícia violenta e racista de Minneapolis. Manifestações antirracistas vem ganhando força no mundo todo em meio à pandemia, como uma grande insurreição que não se via há décadas, desde a morte do ativista político por direitos civis, Martin Luther King em 1969.
Na República Dominicana, a luta antirracista é bastante desafiadora, uma vez que se combina com o ódio ultranacionalista contra os haitianos. Em 2016 a justiça dominicana determinou que filhos de haitianos nascidos a partir de 1929 não teriam direito a nacionalidade, tornando apátridas cerca de quatro gerações de famílias de trabalhadores que vivem na República Dominicana.
O movimento Reconoci.do vem lutando pela promoção de direitos humanos e uma integração real, completa e eficaz dos dominicanos de ascendência haitiana na sociedade dominicana. Naquele país, se manifestar contra o assassinato racista de George Floyd é um ato de coragem coletiva, que demonstra o quanto a resistência antirracista está viva mesmo nos contextos mais contraditórios e com ostensiva política de silenciamento da luta de negras e negros.
Toda a solidariedade ao movimento Reconoci.do e às suas ativistas Ana Belique e Maribel Nuñez, que são exemplos de inspiração internacional pela coragem incansável pelo direito de existir de negras e negros dominicanos de ascendência haitianas!
Secretaria de Relações Internacionais do PSOL