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Nesta edição do Clipping Semanal do Observatório Internacional, destacamos os seguintes assuntos da geopolítica , economia e da luta de classes no mundo: as medidas econômicas intervencionistas de Boris Johnson no Reino Unido; a vitória dos Verdes nas eleições municipais francesas; protestos de rua no Líbano, Grécia, Sudão, Etiópia e Tunísia; o triunfo de Putin no referendo na Rússia; as tensões militares da Índia com o Paquistão e a China; o plano de anexação da Cisjordânia por Israel; as dificuldades no caminho de Trump para sua reeleição; o confisco do ouro venezuelano pela Justiça britânica; a crise política na Venezuela.

Uma excelente leitura a todos e até a próxima semana!

NOTÍCIAS E ARTIGOS DA IMPRENSA INTERNACIONAL

Economia global

LA VANGUARDIA (01/07): “Johnson se veste de Roosevelt e anuncia um “new deal” para fazer frente à crise do coronavírus” (em inglês)

“Que fique claro que eu não sou um comunista”, disse ontem Boris Johnson ao anunciar um programa keynesiano de investimento público (construção de estradas, escolas, hospitais, prisões, ferrovias, novas tecnologias…) para tirar a economia do fosso profundo em que a meteu (e vai metê-la ainda mais) a pandemia. Se tivesse sido um presidente democrata estadunidense, é provável que mais de um republicano lhe tivesse tachado de vermelho. Mas se tratando de um primeiro-ministro britânico tory, isso não passa na cabeça de ninguém.

EL UNIVERSAL (28/06): “América Latina, fome e governança“, por Horacio Saavedra (em espanhol)

O número de pobres poderia superar 83 milhões de pessoas em 2020, o que agrava o mau desempenho econômico de vários governos no ano passado. Em 2019, em contraste com anos anteriores, 18 dos 20 países na América Latina, assim como 23 das 33 economias, incluídas as do Caribe, apresentaram uma desaceleração em sua taxa de crescimento. Deste declive não é responsável o coronavírus.

THE GUARDIAN (02/07): “Invista na economia verde e nos recuperaremos da crise do Covid-19“, por Joseph Stiglitz

Como meus coautores e eu indicamos em um estudo recente, os gastos públicos bem direcionados, particularmente os investimentos na transição verde, podem ser oportunos, trabalhosos (ajudando a resolver o problema do aumento do desemprego) e altamente estimulantes – gerando mais retorno do que, digamos, cortes de impostos. Não há razão econômica para que países, incluindo os EUA, não possam adotar programas de recuperação grandes e sustentados que afirmem – ou os aproximem – das sociedades que afirmam ser.

Protestos em Hong Kong

REUTERS (01/07): Polícia de Hong Kong prende mais de 300 pessoas protestando contra ‘presente de aniversário’ da lei de segurança da China” (em inglês)

A polícia de Hong Kong disparou canhões de água e gás lacrimogêneo e prendeu mais de 300 pessoas na quarta-feira, quando os manifestantes saíram às ruas em desafio à ampla legislação de segurança introduzida pela China para eliminar a dissidência.

Vitória de Putin em referendo

TELEGRAPH (01/07): “Vladimir Putin vence por ampla margem e pode permanecer no poder pelo menos até 2036” (em inglês)

O Kremlin venceu esmagadoramente a votação de quarta-feira sobre mudanças constitucionais que permitiriam a Vladimir Putin, o presidente russo, permanecer no poder por mais 16 anos. A Comissão Central Eleitoral da Rússia divulgou na quinta-feira de manhã uma contagem preliminar completa dos votos, mostrando impressionantes 78% apoiando as emendas constitucionais. A participação foi relatada em 65%.

Dificuldades para a reeleição de Trump

TIME (01/07): “Relatórios de recompensas russas para combatentes do Taliban pressionam ainda mais o vínculo de Trump com veteranos” (em inglês)

Eles não gostaram quando o então candidato Donald Trump criticou John McCain por ter sido capturado em combate. Eles ficaram com mais raiva quando Trump, como comandante em chefe, abandonou aliados curdos no Oriente Médio. E eles ficaram chateados novamente no mês passado, quando ele ameaçou enviar tropas contra manifestantes americanos. O relacionamento de Trump com a comunidade militar do país tem sido freqüentemente tenso. Mas apenas quatro meses antes das eleições de novembro, os relatórios que ele ignorou ou desconhecia uma conspiração russa para matar tropas americanas poderiam intensificar a tensão e criar novos riscos políticos.

POLITICO (28/06): “Trump admite: ele está perdendo” (em inglês)

Em meio a uma montanha de sondagens ruins e alertas severos de aliados, o presidente reconheceu as dificuldades de reeleição para a seus aliados. Sua manifestação em Oklahoma, há duas semanas, a primeira desde março, acabou sendo um embaraço quando ele não lotou a arena.

Tensões militares da Índia

BLOOMBERG (01/07): “Primeiro a China, agora o Paquistão: Como a Índia está batalhando em duas frentes” por Suhdi Ranjan Sen (em inglês)

As forças armadas indianas vêm discutindo uma guerra de duas frentes com os vizinhos Paquistão e China há décadas para manter os políticos focados nos gastos com defesa. Agora esse cenário está cada vez mais realista, com conflitos nas duas fronteiras disputadas.

Plano de Anexação da Cisjordânia

NY BOOKS (02/07): “Plano de anexação de Israel, uma nova era na resistência palestina“, por Tareq Balconi (em inglês)

Desde 1º de julho, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu tem o poder de levar ao Knesset uma votação sobre a extensão da soberania de seu país sobre partes da Cisjordânia, de acordo com o chamado plano de paz do governo Trump, um documento de 181 páginas isso, em essência, dá um selo de aprovação americano à agenda expansionista de Israel. A extensão da soberania, também conhecida como anexação, implica uma maior aplicação da jurisdição israelense ao território que os palestinos imaginavam que faria parte de seu futuro estado.

Protestos no Líbano

DAILY STAR (02/07): “Protestos reacendem em Beirute enquanto libra cai” (em inglês)

Os manifestantes foram às ruas quinta-feira para expressar sua raiva e frustração pela deterioração da situação econômica do país, com a libra libanesa registrando um recorde. Dezenas de empresários se reuniram na Praça dos Mártires em protesto contra o colapso econômico do país e a crescente taxa de câmbio da libra libanesa em relação ao dólar, o que levou ao fechamento de muitas empresas.

Eleições municipais na França

FRANCE 24 (28/06): “Verdes da França obtêm ganhos, Macron perde terreno em eleições locais de baixa participação” (em inglês)

Projeções baseadas na contagem antecipada de votos mostraram que a Europe Ecology, o partido Verdes (EELV), preparava-se para tomar as principais cidades de Lyon, Bordéus e Estrasburgo e em uma disputa muito disputada por Lille. Macron expressou sua preocupação com a alta taxa de abstenção, estimada em 60%, e reconheceu que as eleições foram marcadas por uma “onda verde”, afirmou a presidência.

THE GUARDIAN (02/07): “Onda verde na França: aproveitando o momento“, Editorial (em inglês)

Lyon, Estrasburgo e Bordéus; Besançon, Poitiers e Tours: a lista de cidades poderosas que ficaram verdes, após as eleições municipais da França no fim de semana passado, foi longa e impressionante. Marselha é um feudo conservador há décadas. Mas uma aliança de esquerda levou Michèle Rubirola, a candidata do Europe Ecology – Partido Verde da França – à prefeitura. Foram vitórias totêmicas, transformando o Partido Verde, outrora periférico, em um ator importante na França urbana.

Protestos na Grécia

NY TIMES (02/07): “Milhares protestam na Grécia contra projeto para regulamentar manifestações” (em inglês)

Milhares de manifestantes gregos se reuniram no centro de Atenas na quinta-feira contra os planos do governo de regular manifestações de rua frequentes, que freqüentemente causam perturbações na cidade. Os protestos de rua são a principal forma de oposição às políticas governamentais na Grécia, um país ainda se recuperando de uma profunda crise socioeconômica que eclodiu no final de 2009 e levou a três resgates internacionais em termos de austeridade.

Protestos na Etiópia

AL-JAZEERA (01/07): “Exército é enviado para reprimir protestos após mais de 80 mortes em Adis Adeba” (em inglês)

Os militares foram enviados para a capital da Etiópia na quarta-feira, quando a violência eclodiu em alguns bairros em um segundo dia de agitação que matou mais de 80 vidas. O músico popular Haacaaluu Hundeessaa foi morto a tiros na segunda-feira, no que a polícia disse ser um assassinato. Protestos após o assassinato – estimulados por um crescente senso de marginalização política – eclodiram na manhã seguinte na capital e em outras cidades da região de Oromia.

Protestos no Sudão

AL JAZEERA (01/07): “Um morto no Sudão enquanto milhares se manifestam por uma reforma mais rápida” (em inglês)

Uma pessoa foi morta e várias outras ficaram feridas durante manifestações pacíficas no Sudão, disse um porta-voz do governo, enquanto dezenas de milhares de pessoas saem às ruas exigindo reformas mais rápidas e maior domínio civil na transição do país para a democracia.

Convocatória de greve na Tunísia

POLITIS (02/07): “Regresso de fortes protestos sociais” (em francês)

Em Tataouine, no sul da Tunísia, um movimento de trabalhadores desempregados exige empregos e a implementação de um plano de contratação prometido pelo executivo em … 2017. A brutal intervenção da polícia não inibiu a determinação dos manifestantes.

Confisco de ouro da Venezuela

PAGINA 12 (02/07): “A Justiça britânica foca com as reservas de ouro da Venezuela” (em espanhol)

O juiz britânico Nigel Teare do Tribuanl Superior de Justiça da Inglarra, sentenciou que as 31 toneladas do ouro venezuelano que senconram no Banco da Inglaterra não podem ser manejadas pelo Banco Central da Venezuela (BCV) já que o “governo de sua majestade reconhece a Guaidó como presidente constitucional interino da Venezuela”.

Crise política na Bolívia

LA NACIÓN (02/07): “Desertas durante meses, as ruas da América Latina voltam a se agitar” (em espanhol)

La Paz e outras cidades como Santa Cruz e Cochabamba são centros de protestos diários contra restrições para enfrentar o vírus. A Bolívia permanece polarizada entre os apoiadores de Evo e aqueles que o acusaram de fraude nas eleições de outubro de 2019, nas quais ele estava buscando um quarto mandato. A convulsão mergulhou o país em uma crise que deixou 36 mortos e forçou Morales a renunciar e se exilar. Em seu lugar, Jeanine Áñez, uma parlamentar da oposição, assumiu como interina.

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