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Nesta edição semanal do Clipping do Observatório Internacional, destacamos como principais assuntos dos noticiários políticos em todo o mundo: a intensificação da escalada de Trump contra as empresas tecnológicas chinesas, a perseguição a lideranças de protestos Black Lives Matters nos EUA e pró-democracia em Hong Kong, o recrudescimento da crise política na Bolívia, os confrontos entre mapuches e grupos de extrema-direita no Chile, a renegociação das dívidas de Equador e Argentina, a decretação da prisão domiciliar de Alvaro Uribe na Colômbia, o sequestro de lideranças indígenas em Honduras, a fuga do rei emérito da Espanha, os protestos anti-lockdown na Alemanha, o ataque aos direitos LGBTQ na Polônia, as eleições na Bielorrússia, a explosão no porto de Beirute e os protestos contra a negligência do Estado libanês, as manifestações em Israel contra Netanyahu, o conflito na Caxemira entre Índia e Paquistão, as eleições no Sri Lanka, o assédio patronal contra os sindicatos têxteis na Ásia Central, o aumento de protestos na África do Sul pela péssima gestão da pandemia.

NOTÍCIAS E ARTIGOS DA IMPRENSA INTERNACIONAL

Rivalidade hegemônica entre EUA e China

EL PAÍS (07/08): “Trump intensifica a escalada contra a China ao proibir as transações com TikTok e WeChat” (em espanhol)

Mais um episódio se soma à escalada das tensões entre Pequim e Washington, que há muito caminham para uma nova Guerra Fria. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na noite de quinta-feira duas ordens executivas que proíbem as empresas americanas de fazer transações com as chinesas ByteDance, dona da plataforma de vídeos curtos TikTok, e com a Tencent, à qual pertence o aplicativo. de mensagens WeChat. O decreto presidencial, que entra em vigor em 45 dias, foi justificado pela Casa Branca como uma medida para proteger “a segurança nacional, a economia e a política externa” dos Estados Unidos.

Perseguição contra liderança de Black Lives Matter

NY TIMES (08/08): “N.Y.P.D. assedia um líder de protesto enquanto ele transmite ao vivo” (em inglês)

Um helicóptero e dezenas de policiais, alguns com equipamento antimotim, foram enviados para uma detenção em um apartamento de Manhattan, mas se retiraram após a chegada dos manifestantes.

Protestos e plano golpista na Bolívia

PÁGINA 12 (06/08): “Bolívia: piquetes e protestos contra uma nova postergação das eleições presidenciais” (em espanhol)

Hoje Bolívia “festeja” seu 195º aniversário da independência em meio a uma crise social e institucional. Desde segunda-feira, quando a Central Obrera Boliviana (COB) convocou uma paralisação por tempo indeterminado, há manifestações e bloqueios de acessos a cidades em diferentes zonas de El Alto, Cochabamba e Santa Cruz. Os manifestantes exigem que as eleições presidenciais sejam celebradas em 6 de setembro e não em 18 de outubro, como anunciou o Tribunal Supremo Eleitoral.

ÁMBITO (07/08): “Evo Morales denunciou que na Bolívia se gesta ‘um golpe de Estado dentro do golpe’” (em espanhol)

O deposto presidente boliviano, Evo Morales, denunciou nesta sexta-feira que o governo de fato de Jeanine Añez “não quer as eleições” porque está ciente da popularidade de seu movimento político MAS e prepara “um golpe dentro do golpe” para evitar uma vitória no primeiro turno das eleições presidenciais em 18 de outubro.

Decretação de prisão de Uribe

CNN (05/08): “Cinco perguntas e respostas sobre a ordem de detenção contra o ex-presidente Álvaro Uribe na Colômbia” (em espanhol)

 O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe tem contra si uma ordem de detenção da Sala de Instrução da Corte Suprema de Justiça pelos supostos delitos de suborno e fraude processual, numa acusação por suposta manipulação de testemunhas. Uribe sempre negou as acusações.

EL TIEMPO (05/08): “Noites de protestos em Bogotá por caso de ex-presidente Uribe” (em espanhol)

Depois de conhecida a medida ditada pela Corte Suprema de Justiça de detenção domiciliar ao ex-presidente e senador do Centro Democrático, Álvaro Uribe, os cidadãos saíram às ruas da capital. Manifestaram-se a favor e contra a decisão com aplausos, apitos e cacelorazos.

Renegociação da dívida argentina

WSJ (04/08): “Argentina fecha acordo de reestruturação de US $ 65 bilhões com detentores de títulos” (em inglês)

O governo da Argentina confirmou na terça-feira que chegou a um acordo com seus principais credores privados estrangeiros para reestruturar US $ 65 bilhões em dívidas, uma medida que o ministério da economia disse que “concederá ao país um alívio significativo da dívida” e resolverá seu terceiro default soberano em duas décadas.

Renegociação da dívida do Equador

PÁGINA 12 (05/08): “O acordo pela dívida no Equador deixou contentes para os credores” (em espanhol)

O Equador anunciou nesta terça-feira que quase 98% de seus titulares de bônus decidiram aceitar a reestruturação proposta pelo governo de Lenín Moreno. O mandatário festejou a notícia em redes sociais compartilhando um tweet da presidenta do FMI Kristalina Georgieva. Ali anunciou que começarão a desenhar um novo pacote de ajuda com o organismo. Para Andrés Arauz, ex-diretor do Banco Central do Equador, o governo Moreno fez uma proposta muito favorável para os credores “O governo negociou como senão estivéssemos em meio de uma pandemia mundial”, sustentou o economista.

Mobilização de mapuches no Chile

AMBITO (03/08): “Recrudesce a violência na Araucanía, com inéditos choques entre mapuches e grupos antiaborígenes” (em espanhol)

Dois municípios foram incendiados e outros três foram destruídos após uma noite de violência na região de Araucanía, no sul do Chile, após confrontos entre mapuches, polícia e grupos “anti-indígenas”, em meio a um ressurgimento da violência nesta zona.

Sequestro de indígenas em Honduras

INFOBAE (06/08): “Corte Interamericana urge a Honduras garantir proteção de garífunas” (em espanhol)

A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH) urgiu nesta quinta-feira a Honduras garantir a proteção dos moradores indígenas garífunas da localidade caribenha de Triunfo de la Cruz e dar com o paradeiro de quatro dirigentes da comunidade desaparecidos em julho.

Fuga de rei emérito da Espanha

DW (04/08): “A fuga é um final trágico para Juan Carlos I” (em inglês)

A figura do ex-monarca leva anos em queda livre por diversos escândalos. DW analisou com especialistas as circunstâncias que conduziram a sua dramática perda de popularidade e sua marcha da Espanha.

Protestos na Alemanha contra quarentena

DW (03/08): “Crescente movimento contra lockdown na Alemanha” (em inglês)

Era uma visão curiosa de se ver. Em 1º de agosto, uma multidão heterogênea de manifestantes de toda a Alemanha – variando de extremistas de extrema direita e teóricos da conspiração a apoiadores do movimento anti-vacinação e seguidores do esoterismo – reuniu-se em Berlim para desabafar sua raiva das restrições impostas pelo governo para conter o movimento. propagação do coronavírus. Em frente ao icônico Portão de Brandemburgo, as pessoas gritavam “somos a segunda onda” e “resistência”. Segundo a polícia, cerca de 20.000 manifestantes convergiram para a capital naquele sábado.

Perseguição a LGBTQ na Polônia

LA TIMES (06/08): “Em meio à hostilidade crescente, alguns membros da comunidade LGBTQ da Polônia fazem uma escolha difícil” (em inglês)

Não existem estatísticas sobre quantas pessoas LGBTQ deixaram a Polônia. Ativistas dizem que alguns partiram após Law and Justice e Duda, que é apoiado pelo partido, chegar ao poder em 2015 e criar um clima hostil para liberais e minorias.

Eleições na Bielorrússia

AL JAZEERA (07/08): “Milhares participam de manifestação da oposição proibida na Bielorrússia” (em inglês)

Milhares de bielorrussos participaram de um comício da oposição proibido na capital Minsk, antes das eleições no domingo. A corrida eleitoral está se revelando o maior desafio até o momento para o governo de 26 anos do presidente Alexander Lukashenko.

Perseguição a ativistas em Hong Kong

THE GUARDIAN (07/08): “Ativistas de Hong Kong acusados por vigília tradicional de Tiananmen” (em inglês)

Vinte e cinco ativistas da democracia de Hong Kong foram acusados de participar de uma vigília proibida à luz de velas em junho, marcando o aniversário da repressão da China em 1989 em Tiananmen.

Explosão no Líbano

THE GUARDIAN (07/08): “Explosão em Beirute: forças de segurança do Líbano disparam gás lacrimogêneo contra manifestantes enquanto a raiva aumenta” (em inglês)

As forças de segurança libanesas dispararam gás lacrimogêneo contra manifestantes em Beirute, enquanto a raiva sobre a liderança do país aumentava após uma explosão maciça que devastou grande parte da capital na terça-feira. A mídia estatal informou na quinta-feira que as forças de segurança confrontaram dezenas de manifestantes antigovernamentais no centro de Beirute.

NY TIMES (06/08): “Enquanto o presidente francês visita Beirute, os libaneses perguntam onde estão seus líderes” (em inglês)

Foi um dia de funerais e fúria em Beirute, quando os moradores limparam os escombros de suas ruas e casas e desabafaram raiva do governo. À medida que o pedágio da explosão de terça-feira – e as indicações de negligência governamental que o levaram – se tornam cada vez mais claras, o esforço de recuperação foi amplamente suportado pelos cidadãos libaneses, enquanto os países do mundo inteiro participavam.

Protestos em Israel contra Netanyahu

THE GUARDIAN (02/08): “Milhares manifestam-se contra Netanyahu enquanto protestos em Israel ganham força” (em inglês)

Milhares de manifestantes saíram às ruas do lado de fora da casa de Benjamin Netanyahu no fim de semana no que parecia ser o maior protesto até o momento exigindo a renúncia do primeiro-ministro israelense em apuros.

Conflito na Caxemira

THE CARAVAN (05/08): “Assustadas, doentes ou mortas: como o conflito na Caxemira afeta as crianças” (em inglês)

Entre 2003 e 2017, Jammu e Caxemira testemunharam pelo menos 318 assassinatos de crianças, de acordo com um relatório do grupo da sociedade civil Jammu Kashmir Coalition of Civil Society. Destes, o relatório observou que “o uso extensivo de cartuchos de fumaça e espingardas de chumbo resultou em assassinatos de pelo menos 16 crianças”. Mesmo no ano passado, oito crianças foram mortas e sete foram mutiladas, de acordo com o último relatório das Nações Unidas sobre Crianças e Conflitos Armados.

Direitos dos trabalhadores na Ásia

THE GUARDIAN (07/08): “Covid levou a uma “repressão brutal” aos direitos dos trabalhadores, diz relatório” (em inglês)

Alguns dos maiores varejistas da Europa, incluindo Primark, Zara e H&M, estão deixando de impedir que o Covid-19 seja usado como pretexto para a repressão a sindicatos, alertam os ativistas de direitos humanos. Milhões de trabalhadores do setor têxtil em algumas das partes mais pobres da Ásia perderam o emprego desde que os desligamentos por coronavírus atingiram o setor de varejo em todo o mundo.

Eleições no Sri Lanka

CNN (07/08): “Os poderosos irmãos Rajapaksa do Sri Lanka reivindicam uma vitória esmagadora nas eleições parlamentares” (em inglês)

O partido governante do Sri Lanka obteve uma vitória esmagadora nas eleições parlamentares, declarou a Comissão Eleitoral do país na sexta-feira, consolidando o controle da família Rajapaksa sobre o poder. Os resultados finais na sexta-feira mostraram que o Partido Podujana do Sri Lanka (SLPP) do primeiro-ministro Mahinda Rajapaksa – ou Frente Popular do Sri Lanka – conquistou 145 cadeiras no Parlamento de 225 membros, apenas cinco cadeiras abaixo da maioria necessária para realizar mudanças constitucionais, sem o apoio de partidos aliados menores.

Protestos na África do Sul

DAILY MAVERICK (06/08): “Protestos crescentes são um sinal de alerta para o governo da África do Sul” (em inglês)

Os protestos na África do Sul, como as consequências econômicas do bloqueio da Covid-19, vieram para ficar. A pandemia expôs as fraquezas socioeconômicas resultantes da má implementação de políticas e de um fracasso fundamental da liderança política. O país está atualmente envolvido em uma miríade de escândalos de corrupção ligados a pessoas politicamente conectadas que roubam fundos destinados a ajudar a combater a pandemia Covid-19. Portanto, podemos esperar ver um número cada vez maior de sul-africanos irados tomando as ruas para expressar sua frustração e repulsa por uma elite política que se acredita estar fora de contato com a situação difícil das pessoas comuns.

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