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No sábado passado, 16 de janeiro, na vila de Las Guamas, zona rural do município de San Pelayo, departamento de Córdoba, foi realizada uma grande marcha para exigir justiça pela morte do trabalhador Luis Fernando Rivera Mestra pelas mãos de um capitão do exército.

No sábado à tarde, os residentes de Las Guamas e cidades vizinhas se mobilizaram para exigir que o militar, claramente identificado, fosse preso e responsabilizado por seu crime. Gritando “Justiça” e vestindo roupas brancas, os participantes da atividade expressaram sua dor e indignação.

“Exigimos justiça, porque não se justifica que o responsável ande livre como se nada tivesse acontecido” foi ouvido de um parente de Luis Fernando Rivera Mestra.

O histórico do caso

No país das valas comuns, falsos positivos e massacres realizados tanto pelas forças regulares militares como policiais, sem citar os trágicos exemplos históricos nas mãos dos grupos paramilitares; o que continua a destacar o assassinato de Rivera Mestra, é o grau de impunidade de que gozam os membros dos órgãos de segurança do Estado colombiano.

Em outubro de 2020, o Centro de Pesquisa e Educação Popular (CINEP) da Colômbia publicou um relatório que descreve como a polícia, os paramilitares e o exército são os maiores violadores dos direitos humanos naquele país e como a ausência de sanções geralmente incentiva comportamentos repressivos que vão desde respostas politicamente motivadas até casos de violência diária (II)

Isto é evidente no caso em questão não só porque o soldado envolvido está livre, mas também porque o exército emitiu uma breve declaração na qual adverte que “eles estão ajudando em todas as ações necessárias a serem realizadas e é por isso que entraram em contato com a polícia”. Nada mais.

A importante resposta dos guameros

No sábado, entre tantas bandeiras, estava uma que dizia “Luis Fernando, seu povo está com você”, uma clara alusão ao fato de que seus compatriotas são muito desconfiados de um processo legal justo e transparente que levaria o perpetrador do assassinato a pagar por ele.

Portanto, eles querem dar sua contribuição e iniciaram uma cruzada coletiva com uma demonstração de força, cuja projeção, segundo suas próprias palavras, não é abandonar a luta para estabelecer um precedente muito importante na região, já que a verdadeira justiça é fundamentalmente uma questão de protagonismo popular.

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