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FONTE: International Viewpoint | 12/08/2020 | TRADUÇÃO: Charles Rosa

Há três dias, desde as eleições presidenciais na Bielorrússia, as ruas de todas as principais cidades do país se tornaram palco de pesados confrontos entre manifestantes e policiais. Apesar do fato de que, por todas as pesquisas independentes e evidências de observadores, a candidata da oposição Svetlana Tikhanovskaya obteve uma vitória convincente, o líder autoritário Alexander Lukashenko anunciou sua reeleição.

Diante da oposição da maioria da população, hoje ele conta apenas com a polícia e os serviços secretos, que receberam carta branca para a mais brutal repressão aos protestos. Milhares de detidos, centenas de feridos e pelo menos um morto – esse é o preço que Lukashenko já pagou para preservar seu regime. No entanto, a resistência continua – não apenas na forma de protestos de rua, mas também nas greves políticas que já começaram em várias grandes empresas.

Expressamos nossa solidariedade aos trabalhadores e jovens da Bielorrússia em sua luta por um futuro melhor. Também exigimos a libertação de ativistas de esquerda bielorrussos, como Pavel Katarzhevski e Yury Glushakov, que foram ilegalmente presos durante esses dias. Abaixo, publicamos a declaração do Movimento Socialista Russo sobre as eleições presidenciais na Bielorrússia.

POR ELEIÇÕES LIVRES E CONTRA REPRESSÃO NA BIELORRÚSIA – (Comunicado do MSR anterior às eleições)

Em 09 de agosto, as eleições presidenciais serão realizadas na Bielorrússia. Em todo o país, em vários níveis da sociedade, assistimos à mobilização de insatisfeitos com o regime de Lukashenko, cada vez menos populares e menos orientados socialmente, contrariando estereótipos e declarações. As autoridades respondem com ameaças e propaganda torpe, provocando tensão e discórdia em vez de oferecer uma oportunidade para eleições livres. Ao mesmo tempo, o Kremlin executa planos de negócios para subordinar a Bielorrússia, o que só pode causar indignação entre os comunistas e socialistas russos.

Lutamos por uma Rússia democrática, capaz de construir relações com a Bielorrússia e outros vizinhos em igualdade de condições, com os quais estamos unidos por muitos laços históricos, econômicos, culturais e familiares. Apoiamos o povo bielorrusso no seu direito a eleições livres, pela independência da Rússia e de quaisquer outros atores imperialistas.

Apoiamos sindicatos, movimentos sociais e organizações de esquerda bielorrussos independentes que se opõem ao regime usurpador e criticam as alternativas neoliberais abertamente de direita ao sistema existente. Esperamos que a revolta política na Bielorrússia fortaleça a influência das forças que estão prontas para defender os interesses da maioria dos bielorrussos – trabalhadores, estudantes, reformados, os interesses da Bielorrússia como um país independente, democrático, social e, no futuro, um estado socialista.

Tirem as mãos das eleições livres! Não às repressões!

04 DE AGOSTO DE 2020

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